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Galp é o terceiro investidor a “largar” produção e exploração em Angola este ano

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Depois de final de Janeiro a petrolífera croata INA ter recebido “luz verde” para a venda das suas participações de 4% nos blocos 3/05 e 3/05 A à britânica Afentra, seguiu-se a saída estatal tailandesa PPT, que vendeu 2,5% do bloco 17/06 à Somoil.

Agora foi a portuguesa Galp e o negócio vale 830 milhões USD. A petrolífera portuguesa Galp será a terceira petrolífera a deixar as operações de exploração e produção em Angola desde o início do ano, depois de ter anunciado ao “polícia” da bolsa portuguesa, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que chegou a acordo com a Sociedade Petrolífera Angolana (Somoil) para venda de todos os seus activos de Upstream no País.

Ainda assim, o negócio avaliado em 830 milhões de dólares entre a Galp e a Somoil ainda não foi concretizado e terá ainda de receber luz verde por parte das autoridades angolanas. O negócio apenas deverá ser concretizado no II semestre deste ano.

Com a venda das participações de 9% que tinha no Bloco 14, e de 4,5% no Bloco 14k e dos 5% que tinha no terceiro principal bloco em produção e exportação de petróleo do país (o 32 operado pelos franceses da Totalenergies) à Somoil, a Galp está a reunir capital para investir noutras paragens, à semelhança do que já aconteceu com outras duas petrolíferas que tinham investido no País.

No final de Janeiro, a petrolífera croata com sede em Zagreb, INA, viu aprovada pelas autoridades angolanas a venda das suas participações de 4% nos blocos 3/05 e 3/05 A à britânica Afentra. A petrolífera justificou a sua saída com a necessidade de se focar noutros projectos.

Na mesma semana foi anunciado pela ANPG e pelo Ministério dos Petróleos que as autoridades angolanas tinham dado “luz verde” à petrolífera estatal da Tailândia PPT para a venda dos 2,5% que tinha no bloco 17/06 à Somoil. A petrolífera tailandesa justificou igualmente a venda dos activos com a necessidade de se focar noutros mercados.

Agora, esta semana, a petrolífera portuguesa na qual a Sonangol tem uma participação indirecta, justifica a saída do mercado angolano com a sua estratégia de descarbonização já que os blocos em questão estão constituídos por campos maduros e quanto mais velho for um campo maior a poluição maior é a necessidade de investimentos para mitigar as emissões de gases como o carbono.

Já a imprensa brasileira foca a venda da Galp com a necessidade de se focar em mercado como o Brasil, onde esta tem interesses em blocos que produzem ou têm potencial para produzir maiores volumes de petróleo. Recorde-se que a produção petrolífera no Brasil no ano passado alcançou o recorde de 3 milhões de barris de petróleo por dia. Uma tendência contrária à situação de declínio natural que se vive em Angola.

A decisão da petrolífera portuguesa acontece 5 meses depois de ser sido contratado o BFA como intermediário financeiro que vai preparar a saída da Sonangol da Sonangalp, o negócio que une ambas as petrolíferas no Downstream (Gestão de postos de abastecimento de combustíveis), um processo enquadrado no programa de privatizações que visa a saída do estado da economia.

O processo de saída da Sonangol da parceria coma Galp no Downstream está previsto para acontecer via Oferta Pública Inicial ainda este ano. A petrolífera portuguesa ainda não informou o que vai fazer após a saída da Sonangol com o negócio do Downstream, mas especialistas acreditam que a solução vai ser a venda dos activos.

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