Os generais Leopoldino do Nascimento “Dino” e Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” são ouvidos, hoje, pela Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da Procuradoria-Geral da República (PGR), por haver fortes indícios de terem beneficiado dos negócios que o Estado teve com a empresa China International Fund (CIF).

Uma fonte da PGR confirmou, na semana passada, que os generais Dino e Kopelipa foram
notificados e constituídos arguidos.

“Sim, os generais Dino e Kopelipa foram notificados e constituídos arguidos. Vão ser ouvidos nesta condição para lhes serem aplicadas as respectivas medidas de coacção (penal)”, afirmou.

A fonte da PGR adiantou que os generais Leopoldino do Nascimento – antigo chefe das
Comunicações do ex-Presidente José Eduardo dos Santos – e Hélder Vieira Dias Júnior, ex- ministro de Estado e chefe da Casa Militar (actual Casa de Segurança), também na governação
de José Eduardo dos Santos, terão se beneficiado dos contratos que o Estado celebrou com o CIF, no âmbito do extinto Gabinete de Reconstrução Nacional.

A fonte lembrou que os oficiais generais gozam de imunidades e não podem ser presos
preventivamente antes do despacho de pronúncia.

“Os oficiais generais das Forças Armadas Angolanas e comissários da Polícia Nacional não podem ser presos sem culpa formada, excepto se em flagrante delito, por crime doloso punível com pena de prisão superior a dois anos”, sublinhou, deixando claro que, enquanto decorrem as investigações, os generais Dino e Kopelipa, não podem ser presos.

Em Fevereiro, a Procuradoria-Geral da República anunciou a apreensão dos edifícios CIF Luanda One e CIF Luanda Two, localizados na baixa de Luanda, em posse da empresa chinesa de direito angolano China International Fund Limitada.

Os edifícios foram apreendidos no âmbito da Lei sobre o Repatriamento Coercivo e Perda
Alargada de Bens e da Lei Reguladora das Revistas, Buscas e Apreensões. Foram, igualmente,
apreendidos mais de mil imóveis no Condomínio Vida Pacífica e no Kilamba, em Luanda,
construídos com fundos públicos, que estavam em posse de entidades particulares.

JA