O Serviço de Investigação Criminal (SIC) no Moxico deteve, esta quinta-feira, no Luena, gestores das superfícies comerciais Fresmart, Bem Barato e LBD por alegada prática de especulação de preços e retenção de bens alimentares.
Em declarações à imprensa, o porta-voz do SIC, Elisiário dos Passos, disse que os referidos comerciantes adulteraram os preços dos produtos há uma semana, com destaque para o arroz, farinha de trigo, açúcar, óleo e água.
“ Tivemos acesso aos cadernos e percebemos que as compras foram efectuadas em períodos em que não havia desvalorização da moeda nacional, aliás outros alegam a subida do preço da gasolina, justificação que não constitue a verdade”, reforçou, tendo apelado aos vendedores a se abster dessas práticas.
Acrescentou que os acusados vão ser presentes ao Juiz de garantias para aplicação de medidas.
Por sua vez, o gerente da Fresmart, Abei, disse que a alteração do preço das mercadorias é definida a partir da sede da empresa, localizada em Luanda, sem justificar as razões da subida do custo dos produtos.
Enquanto isso, António Pedro, gerente da Bem Barato, negou prestar informações sobre a subida, por alegadamente aguardar por uma decisão da direcção da empresa, sedeada, igualmente, em Luanda.
Esta semana, a ANGOP denunciou que alguns comerciantes grossistas estavam a reter produtos da cesta básica em armazéns para serem comercializados em outras ocasiões a preços inflaccionados.
Durante uma ronda que este órgão havia efectuada em alguns estabelecimentos comerciais da urbe, para aferir os preços dos produtos da cesta básica, apurou-se que alguns agentes comerciais estão a evitar a comercialização de alguns produtos como o açúcar, óleo alimentar e a farinha de trigo nos estabelecimentos, por alegadamente aguardarem por ordens dos patrões para redefinição de preços.
Constatou-se, igualmente, uma variação considerável dos preços de vários produtos, que inflaccionaram num intervalo de duas semanas.
Por exemplo, um saco de 25 kgs de arroz passou de oito e nove mil kwanzas, para 12.500 e 13 mil kwanzas, respectivamente, enquanto a massa alimentar que custava quatro mil e 500 registou uma subida de mil kwanzas.
Uma caixa de óleo alimentar, com 12 litros, teve uma inflação de 76 por cento, passando de 11 mil 700 para 15 mil 300 kwanzas, igual tendência verificada no preço da caixa de coxa que subiu de nove mil e 500 para 14 mil kwanzas.
JA