Dados sobre mortes nas bacias de retenção e valas de drenagem, localizadas em várias artérias da capital do País, aumentam ano após ano. Ainda assim, GPL “empurra” solução do problema para 2024.
O drama das bacias de retenção e valas de drenagem em Luanda continua e a solução parece ainda estar distante de se resolver. Quem o diz são os luandenses, muitos dos quais com episódios de verem os seus entes perderem a vida nestas importantes infra-estruturas de drenagem das águas das chuvas e residuais, devido à falta de vedação.
Só em Viana no período de 2016 a 2023, segundo dados dos Serviços Provincial de Protecção Civil e Bombeiros de Luanda, pelo menos 25 pessoas morreram afogadas nestes locais.
Em contrapartida, as últimas chuvas que caíram sobre a capital do País voltaram a enlutar famílias. Na bacia de retenção localizada no interior do bairro Sanzala, em Viana, segundo relatos de moradores e balanço dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros de Luanda, “devoraram” dois adolescentes de 12 e 15 anos, ao passo que no distrito urbano da Baía foi registada a morte de um menor de 14 anos.
Jeremias António, morador da zona conhecida por Pingo D”Água, em Viana, conta que algumas valas e bacias já estiveram vedadas, mas “infelizmente os aproveitadores” danificaram a vedação metálica para a retirada do aço para a comercialização nos mercados informais e nos ferros-velhos. “Eu vivo aqui junto à bacia de retenção da Cacimba, há mais de 15 anos e tenho conhecimento de que sete pessoas morreram neste local por afogamento em 2021, embora em contextos diferentes”, conta.
Outro morador que não quis ser identificado, diz que a bacia de retenção da Cacimba, na conhecida zona do bairro Pingo D”Água, que ocupa um espaço de aproximadamente 500 metros quadrados, nas últimas chuvas desalojou pelo menos 12 famílias, interditou a circulação de veículos e peões da rua que liga o bairro à estrada principal e causou o encerramento de duas escolas do ensino privado.
NJ