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Grupo australiano conclui acordo para vender lítio de mina angolana para a China

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Uma empresa australiana anunciou esta Quinta-feira a conclusão de um acordo, no valor de 10 milhões de dólares, para fornecer a um grupo chinês metade do lítio de uma mina na província de Namibe.

Num comunicado à bolsa de valores de Sydney, a Tyranna Resources confirmou a execução da transacção, através um pagamento antecipado de 10 milhões de dólares norte-americanos (9,2 milhões de euros) por parte da chinesa Sinomine International Exploration.

O acordo prevê que a Sinomine adquira metade do mineral espodumena a encontrar no campo de Giraul, em Namibe, no sudoeste de Angola. Este mineral representa a principal fonte do lítio, um metal raro vital para o fabrico de baterias para automóveis eléctricos.

A empresa, listada na bolsa chinesa de Hong Kong, terá ainda direito a metade da polucita proveniente da mesma mina, um mineral que geralmente contém césio, um metal usado em aplicações eléctricas, electrónicas e químicas.

A Tyranna sublinhou que o acordo era também uma condição para a conclusão de uma outra transacção, anunciada no início de Março, e que prevê que a Sinomine invista 31 milhões de dólares australianos (19,5 milhões de euros) na exploração da mina. Este investimento vai permitir “acelerar o programa de exploração em Angola”, sublinhou o presidente da Tyranna, Joe Graziano, no comunicado, que refere ainda que a Sinomine vai disponibilizar duas máquinas de perfuração.

A Tyranna detém uma participação de 80 por cento num projecto de exploração de lítio, numa área de 200 quilómetros quadrados, no campo de Giraul. O comunicado descreve a Sinomine como sendo um grupo mineiro, com operações em mais de 40 países, e que se dedica também ao processamento de lítio para o fabrico de baterias para veículos eléctricos.

O primeiro carregamento de lítio vindo do Brasil, com 55 mil toneladas, chegou à China, ao porto de Quanzhou, na província de Fujian, no sudeste do país, anunciou a imprensa chinesa. Minerais como o lítio são considerados essenciais para a transição da economia mundial, dependente de combustíveis fósseis, para sistemas de produção e de consumo menos poluentes e baseados em fontes renováveis.

No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos, mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas por construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas.

Em 2014, o líder chinês, Xi Jinping, afirmou que o desenvolvimento de carros eléctricos era a única forma de a China se converter numa “potência do sector automóvel”. O país estabeleceu então como meta que os carros eléctricos deviam representar 20 por cento do total das vendas até 2025. Esse valor foi ultrapassado no ano passado, quando um em cada quatro veículos vendidos na China era eléctrico.

LUSA

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