O hacker português diz que espera que a lei agora aprovada para proteger os denunciantes na UE traga mudanças e “coragem às pessoas que lutam contra a corrupção”.
O português Rui Pinto, que denunciou alegados casos de corrupção e evasão fiscal no futebol, classificou Portugal como “um país repressivo para denunciantes”, esperando mudanças com a lei aprovada esta terça-feira para proteger estas pessoas na União Europeia (UE).
“Portugal é um dos países europeus mais repressivos para os ‘whistleblowers’ [denunciantes]. Por isso, espero que a nova diretiva europeia possa mudar isto, num futuro próximo, e que dê coragem às pessoas que lutam contra a corrupção em todos os níveis”, salientou Rui Pinto.
“Planeei denunciar tudo este ano, mas o mandado de detenção executado por Portugal precipitou tudo, incluindo os meus esforços para estabelecer uma colaboração vital com autoridades de outros países para investigar vários crimes”, acrescentou Rui Pinto, referindo que “Portugal tentou tudo para o evitar, mas não conseguiu”.
Sobre o prémio GUE/NGL, que distinguiu “Jornalistas, denunciantes e defensores do direito à informação”, Rui Pinto disse ser “uma grande honra” recebê-lo.
E vincou que fez “isto pelas pessoas, pela verdade e pela transparência”.
As autoridades portuguesas querem pintar-me como um criminoso e descredibilizam tudo o que fiz ao expor a criminalidade no futebol e noutros setores”, lamentou.
Na declaração, Rui Pinto reiterou, assim, ter “receio de não ter um julgamento justo em Portugal”.
“A decisão absurda que levou à minha detenção fortalece os meus medos”, adiantou.
Observador