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Heineken oficializa saída do mercado russo

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O grupo holandês vendeu toda a sua operação por apenas um euro, arriscando perdas cumulativas esperadas de 300 milhões de euros, conforme anunciou hoje, sexta-feira, 25 de Agosto.

A gigante cervejeira Heineken anunciou, deste modo, a conclusão do processo de venda das suas operações na Rússia ao Grupo Arnest, assumindo o ônus na ordem dos 300 milhões de euros. A medida reflete o anúncio sobre a sua retirada do mercado russo, feito a 28 de Março de 2022, conforme um comunicado citado pela imprensa internacional.

Trata-se de uma transacção que marcou o fim de um “longo processo” levada a cabo pelo grupo holandês que abdicou, em Março do ano passado, do activo em solo de Vladimir Putin, em consequência das sanções ocidentais impostas contra a Rússia que trava uma guerra na Ucrânia.

Neste sentido, o comunicado refere que todos os activos, incluindo sete cervejarias instaladas no território russo, passarão para os novos proprietários, que terão de assumir responsabilidades pelos 1.800 funcionários anteriormente tutelados pela Heineken.

NÃO HAVERÁ LICENCIAMENTO DE OUTRAS MARCAS INTERNACIONAIS NA RÚSSIA, À EXCEPÇÃO DE UMA LICENÇA DE TRÊS ANOS PARA ALGUMAS MARCAS REGIONAIS MENORES, NECESSÁRIAS PARA GARANTIR A CONTINUIDADE DO NEGÓCIO E A APROVAÇÃO DA TRANSACÇÃO”, LÊ-SE.

Para o CEO e presidente do Conselho Executivo da Heineken, embora tenha demorado mais do que esperado, a transacção garante o sustento dos nossos empregados permitindo-os sair do país de “forma responsável”.

“Concluímos agora a nossa saída da Rússia. Desenvolvimentos recentes demonstram os desafios significativos enfrentados por grandes empresas ao saírem da Rússia”, Dolf van den Brink.

Com efeito, os holandeses da Heineken garantem não fornecer qualquer apoio de marca e não receberão proventos, royalties ou taxas da Rússia. “A empresa não tem a opção de regressar ao mercado russo no futuro”, sublinha.

A lista é longa

Desde o início da guerra declarada pela Rússia contra a Ucrânia, em 24 de Fevereiro de 2022, mais de mil empresas e marcas ocidentais prescindiram do mercado russo, sendo uns de forma temporária, outros definitiva, parcial ou integral, como é o caso dos holandeses da Heineken.

De acordo com o portal Referência, muitas marcas temem andar na contramão dos governos dos seus Países. “São companhias que querem evitar o risco de desobedecer as sanções ocidentais, ou mesmo a reação negativa da opinião pública caso continuem a lucrar no mercado russo”, lê-se no site que cita um levantamento feito pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos da América.

A medida dos governos ocidentais afecta, claramente e de forma directa, os consumidores russos e estrangeiros residentes naquele País do continente europeu, que veem-se privados de usufruir de produtos e serviços como entretenimento, tecnologia, automobilístico, vestuário e geração de energia.

Por exemplo, no sector de alimentação, o McDonald’s, empresa americana, também vendeu o negócio para um empresário russo, apesar de até fim de 2021, a rede ter 847 lojas naquele País.

“DIFERENTE DO QUE OCORRE NO RESTO DO MUNDO, ONDE HABITUALMENTE ACTUA NO SISTEMA DE FRANQUIAS, 84% DAS LOJAS RUSSAS ERAM OPERADAS PELA PRÓPRIA COMPANHIA. SOMADO AO FACTURAMENTO NA UCRÂNIA, A OPERAÇÃO RESPONDIA POR NOVE POR CENTO DA RECEITA GLOBAL DA EMPRESA”, REFERE O PORTAL.

As companhias de cartões de crédito Mastercard e Visa também causaram constrangimentos no território russo, com o fim dos respectivos serviços emitidos na Rússia. A medida impediu turistas provenientes da Rússia de efectuar pagamentos.

As marcas americanas Nike e Adidas também suspenderam as operações no mercado russo, sendo que A sueca Ikea, gigante do sector de móveis, decidiu deixar a Rússia também em função da guerra.

No setor de vestuário, quem anunciou estar deixando o mercado russo é a Levi’s, sob o argumento de que quaisquer considerações comerciais “são claramente secundárias em relação ao sofrimento humano experimentado por tantos”.

E & M

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