As direcções clínicas dos hospitais de Luanda estão preocupadas com o número de pacientes com traumas, que dão entrada regularmente nos bancos de urgências, devido a acidente de viação ou agressões físicas.
Em média, 115 pacientes com traumas são atendidos diariamente no Hospital Geral de Luanda. “Temos que implementar políticas de sensibilização à população, principalmente aos jovens, por isso, pedimos a ajuda de todos neste processo, em especial as igrejas e a comunicação social”, destacou o director clínico da instituição, Magalhães Sobrinho.
Em relação ao balanço da semana passada, o director clínico disse que o hospital atendeu um total de 8.470 pacientes, de 732 com traumas, entre os quais destacou 128 por acidentes de viação, 114 por atropelamento e 76 agressões físicas.
Malária em Cacuaco
Os casos de malária continuam a preocupar a direcção do Hospital Municipal de Cacuaco, disse, ontem, a directora clínica da instituição, para quem a situação é alarmante e requer uma maior atenção da parte da população quanto aos cuidados a ter com as formas de propagação da doença.
“O hospital realiza entre 30 a 40 hemotransfusões em crianças e adultos, diariamente, assim como interna 100 crianças por malária”, lamentou, acrescentando que é preciso sensibilizar a população sobre a importância do uso dos mosqueteiros.
Muitos pacientes, criticou, chegam ao hospital já em estado crítico porque optam primeiro pelo tratamento caseiro, preferindo atrasar a ida ao hospital.
Na semana passada, o hospital atendeu 4.385 pacientes, dos quais 2.810 foram nas consultas externas e 1.517 no banco de urgência.
Desnutrição no Kilamba Kiaxi
A desnutrição foi das principais preocupações do Hospital Especializado do Kilamba Kiaxi, explicou a directora clínica da instituição, que criticou o facto do assunto ser tão grave, ao ponto de irem, às vezes, até ao banco de urgência da unidade hospitalar famílias com mais de dois elementos desnutridos.
Rosa André adiantou que também têm prestado especial atenção aos casos de malária, anemia severa e doenças respiratórias agudas nas crianças. “É uma preocupação que esperamos resolver com o apoio da população”, realçou.
Durante a semana passada, o Hospital Geral dos Cajueiros registou diversos casos de síndrome febril, o hospital registou um total de 4.097 casos, dos quais 1.189 de síndrome febril, 995 malária, 884 de síndrome gripal, 311 de doenças respiratórias agudas, 260 de hipertensão arterial, 94 de traumas e 16 de diabetes.
Crianças no Cazenga
O Hospital Municipal do Cazenga registou na semana passada, um total de 2.568 ocorrências, das quais 920 foram crianças atendidas no banco de urgência e nas consultas externas. A directora clínica da instituição, Nilza de Sousa, referiu que a pediatria foi das áreas mais solicitadas nos serviços do banco de urgência.
Partos no Ngangula
O Hospital Materno Infantil Augusto Ngangula atendeu, na semana passada, um total de 2.279 pacientes, as quais efectuou 131 cesarianas e internou 61, disse a directora clínica da instituição, Kifumu Balazao, tendo destacado que as principais patologias foram a pré-eclâmpsia com 33 casos, malária com seis e eclâmpsia com três.
Quadros no Mãe Jacinta
A direcção do Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino, em Viana, disse que estão a precisar de recursos humanos especializados em gineco-obstetra, anestesista, pediatras e imagiologia, para atender a actual demanda de pacientes.
A directora do hospital, Filomena Bessa, apresentou a preocupação durante a divulgação do balanço semanal de ocorrências, tendo destacado que atenderam um total de 1.963 pacientes. Na semana passada, frisou, foram registados 654 casos de malária.
Neves Bendinha atende 36 casos de queimaduras
O banco de urgência do hospital Neves Bendinha, especializado em queimaduras, atendeu durante o final de semana um total de 36 pacientes, dos quais 16 crianças, menores de 14 anos, informou, ontem, o director clínico da instituição, Álvaro Pedro.
Do número atendido, disse, destacam-se nove crianças internadas, devido à gravidade das lesões provocadas pelas queimaduras. No mesmo período, adiantou, tiveram o registo de 4 óbitos, dos quais destacam-se três casos de linchamento público, por fogo.
Os casos de linchamento, por fogo, na via pública, referiu, têm preocupado a direcção do hospital, pelo número de pacientes que entram na unidade com queimaduras feitas intencionalmente pela população. “Geralmente são criminosos. A prática deve ser desaconselhada. A população precisa passar a entregar estes meliantes à polícia, ao invés de fazer justiça por mãos próprias”.
Os pacientes por linchamento na via pública, acrescentou, sofrem agressões por múltiplas pessoas, situação que faz estes chegarem à unidade hospitalar com lesões graves, além da queimadura. “A maioria, pela gravidade dos traumas, acaba por morrer”, lamentou Álvaro Pedro.
O director clínico, realçou, que as crianças continuam a ser, maioritariamente, as que mais são atendidas na instituição. “Os pais devem redobrar as medidas de segurança”, pediu, alertando que os cuidados em casa devem ser redobrados. “As crianças não podem manipular líquidos quentes ou circular nas cozinhas”, afirmou.
Emergência Médicas socorrem 560 pessoas
O Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA) registou, na semana passada, um total de 560 ocorrências, informou, ontem, o director da instituição.
Azevedo Ekumba disse que o maior número de ocorrências foi registado na província de Benguela, onde atenderam 81 traumas de acidentes de viação e de agressões físicas, 43 pacientes clínicos, assim como efectuaram 26 transferências inter-hospitalares e 12 gineco-obstetras.
No mesmo período, o INEMA registou em todo o país 279 casos clínicos, 177 traumas, 115 transferências Inter-hospitalares, 45 gineco-obstetras, 18 transferências inter-provinciais, 12 pediátricas e recebeu um total de 610 chamadas.
JA