Cento e 72 milhões de dólares serão investidos nos mais variados sectores, nos próximos tempos, por empresas da Hungria que operam no território angolano.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira, em Luanda, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Hungria, Péter Szjjárto, à margem de uma audiência concedida pelo vice-presidente da República, Bornito de Sousa, no quadro da visita de trabalho de 24 horas a Angola.
Segundo o governante, a verba foi disponibilizada pelo Exibank da Hungria, através de uma linha de crédito, para apoiar os investimentos em Angola.
Péter Szjjárto disse que as trocas comerciais entre Angola e Hungria aumentaram 16 vezes, sem precisar o valor das respectivas trocas.
Informou que a cooperação económica predomina nos sectores da agricultura e da energia.
O ministro anunciou ainda que os dois países vão cooperar no sector da defesa e segurança, sublinhando que militares angolanos poderão ser formados na Academia Militar de Budapeste (Hungria), em especialidades a serem definidas por Angola.
“A Hungria faz muito esforço para a protecção da fronteira”, referiu o governante, para quem Angola pode beneficiar nesta vertente.
Péter Szjjárto anunciou que o seu país vai continuar a cooperar no domínio da educação, com o aumento para 50 do número de bolsas de estudo para angolanos.
Anualmente, a Hungria concedia 20 bolsas de estudo para formação superior de cidadãos angolanos.
Acordo
Ainda nesta quarta-feira, dois instrumentos jurídicos foram rubricados entre Angola e a Hungria, nos domínios da agricultura e da formação superior. Eeste último envolve o Instituto Superior de Relações Internacionais “Venâncio da Silva de Moura” e o Instituto de Relações Internacionais do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Hungria.
Durante a sua permanência em Angola, o ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Hungria vai encontrar-se com o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, com os ministros da Energia e Águas, do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia e Inovação, entre outras entidades.
As relações entre as repúblicas de Angola e da Hungria foram formalmente estabelecidas em Abril de 1977, com a assinatura do Acordo de Cooperação Económico, Técnico-Científico que propiciou vários protocolos e memorandos, nos domínios do Comércio, Saúde, Agricultura e Cultura, a partir de 1981.
De recordar que foi com a ajuda de economistas húngaros que o governo angolano iniciou, em 1985, as reformas económicas para evoluir para a economia de mercado, depois de 10 anos de economia planificada.
A implementação do programa de Saneamento Económico e Financeiro, vulgo SEF, teve assim, a contribuição de conceituados especialistas da Hungria, país que hoje pertence a União Europeia.