O Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola prevê que a inflação poderá estar acima da meta definida pelo BNA, influenciada pela inexistência de uma inversão da taxa de câmbio.
A inflação pode ficar acima de 20% no final do ano, se o kwanza não recuperar e não forem adoptadas políticas monetárias mais restritivas, estimam os analistas do Banco de Fomento Angola (BFA).
“Acreditamos que a inflação homóloga terminará o ano rondando os 20% ou acima caso não haja alguma recuperação do kwanza e também um forte aperto da política monetária tendo em conta que com os actuais dados relativos ao mercado monetário o BNA deixou de tornar restritiva a política monetária”, refere uma nota do Gabinete de estudos económicos do BFA enviada aos clientes
No documento os analistas preveem que a inflação poderá estar acima da meta de curto prazo definida pelo BNA, entre 12-14%, já no mês de Setembro, influenciada pela inexistência de uma inversão da taxa de câmbio.
De recordar que na última reunião do Comité de Política Monetária (CPM), realizada no dia 15 de Setembro, o Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu manter inalteradas as taxas de juro directoras, atribuindo a variação de preços a factores sazonais e insuficiência da oferta de bens e serviços.
“Assim, esperamos que sejam utilizadas outras medidas de restrição da política monetária como por exemplo, o ajuste nos rácios das reservas obrigatórias e a continuação do aperto no uso das facilidades permanentes de liquidez”, adiantam os especialistas do Banco de Fomento Angola.
A inflação homóloga acelerou em Agosto para 13,53%, pela quarta vez consecutiva, alcançando níveis próximos dos máximos de Dezembro de 2022 (3,86%), enquanto a inflação mensal alcançou os 2,04%, o nível mais alto desde Dezembro de 2021.
A nota salienta que o aumento dos preços em Agosto não derivou unicamente de factores sazonais, contrariamente ao que diz o BNA, apontando a “variação dos preços alimentares” e prevendo que o trajecto da inflação mensal e homóloga se mantenha ascendente nos próximos meses.
LUSA