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Inflação fura meta do banco central ao fixar-se em 15,01% no mês de Setembro

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Mesmo depois de rever em alta a meta de inflação para o final do ano, a taxa homóloga furou a meta do BNA que apontava a 14% até final do ano. Os preços subiram mais na educação, saúde, transportes e alimentação.

A taxa de inflação homóloga voltou a acelerar em Setembro, ao registar um aumento de 1,47 pontos percentuais para 15,01% face ao mesmo período de 2022, de acordo com o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Com esta taxa, é ultrapassada a meta prevista pelo Banco Nacional de Angola (BNA) que se situava num intervalo entre 12% e 14%, meta reajustada em Junho, já que a janela inicial previa uma taxa entre 9% e 11%

Em termos mensais, o custo de vida dos angolanos registou um crescimento 2,10% de Agosto a Setembro, verificando-se a taxa de inflação mensal mais alta dos últimos 20 meses. Ou seja, seria necessário recuar até Dezembro de 2021 para encontrar uma taxa mensal neste nível. E os preços continuam a subir onde “dói” mais. A classe “Educação” foi a que registou o maior aumento de preços, com uma variação de 4,08%, seguida das classes “Transporte” com 2,70%,”, Saúde” com 2,39% e “Alimentação e bebidas não alcoólicas” com 2,25%.

O aumento dos preços que se tem verificado desde Maio (quando a taxa de inflação começou a crescer após 15 meses em queda) deve-se, sobretudo, à desvalorização do kwanza e aos efeitos da subida dos preços da gasolina. No entanto, há três meses que se verifica uma certa estabilidade na variação cambial, o que causa também uma expectativa de estagnação nos preços, que não se verificou.

Entretanto, as perspectivas sobre a taxa de inflação para o resto do ano não são nada animadoras, tendo em conta que é habitual os preços subirem no final do ano, devido à época festiva. Assim, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta agora a uma inflação anual de 18,8% no final de 2023, contra a previsão inicial de 12,3% inscrita no relatório de Março, para voltar a acelerar novamente em 2024 para 25,6%, devido ao eventual aumento dos preços dos combustíveis assumidos pelo Governo, que pretende acabar com a subsidiação à gasolina e ao gasóleo já no próximo ano.

Ainda esta semana, o Presidente João Lourenço afirmou, durante o discurso sobre o Estado da Nação, que o Governo vai mesmo continuar com o processo de retirada de subsídios aos combustíveis “de forma suave e gradual”, uma semana depois de a ministra das Finanças, Vera Daves, ter admitido que o processo até podia parar.

o BFA é mais pessimista e espera que a taxa de inflação atinja os 20% no final do ano, ou ainda acima, caso não se verifique uma recuperação do kwanza e um forte aperto da política monetária.

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