Na era de seu pai, o então todo poderoso Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, onde houvesse números astronómicos em dinheiro, o nome de Isabel dos Santos ou de um projecto seu assumia a “pole position” sem qualquer concorrência.
A empresa mais importante do país não escapou da voracidade intragável nos negócios da princesa com nome de rainha porém sem trono. Em meados de 2016, Isabel dos Santos foi nomeada Presidente do Consellho de Administração da Sonangol.
Aquando da sua nomeação Isabel dos Santos dissera ao jornal Negócios “temos, como empresa, que nos comprometer com uma cultura de fazer mais com menos… e de nos focarmos na excelência e em resultados…”
Até aqui, isso é tudo o que supostamente qualquer cidadão com certeza já sabe. Mas o que não sabia-se com precisão documental é o que revela o Relatório e Contas de 2018 da Sonangol.
Na sua pretensa cultura corporativa de fazer mais com menos, durante o seu mandato Isabel dos Santos fez precisamente o contrário. Fez menos com muito mais dinheiro assevera o Documento.
Na página 138 do R&C da Sonangol, sobre os custos e perdas operacionais, o Relatório e Contas espelha que em 2017, quando a Sonangol estava a ser dirigida por Isabel dos Santos, gastou 21,7 mil milhões Kz com auditores e consultores da empresa, equivalentes a 131,2 milhões USD ao câmbio médio de 165,924 Kz praticado naquele ano.
Na altura os funcionários reclamavam até a falta de papel higiênico. Todavia, em 2017, Isabel dos Santos gastou pouco mais de 2 mil mihões de kz com material higiênico.
Já com Carlos Saturnino à frente dos destinos da Sonangol, foi possível reduzir em 158,5% os custos com auditores e consultores da empresa, de acordo com o Relatório e Contas referente a 2018.
Se em 2017 Isabel dos Santos gastava 21,7 mil milhões Kz, com Carlos Saturnino, em 2018, a empresa gastou apenas 8,4 mil milhões Kz, equivalentes a 27,2 milhões USD ao câmbio médio de 308,891 Kz praticado no ano passado.
Contas feitas, o conselho de administração liderado por Carlos Saturnino cortou 103,9 milhões USD nos gastos com auditores e consultores.
Houston Express cancelado mas ainda custou 9,9 milhões USD
O serviço Houston Express foi cancelado em Março de 2018 como uma forma de cortar custos, mas o Relatório e Contas daquele ano ainda inscreve um custo com o serviço na ordem dos 3 mil milhões Kz, correspondentes a quase 10 milhões USD. Em 2017 o custo com Houston Express foi de 5,8 mil milhões Kz, equivalentes a 35 milhões USD ao câmbio médio daquele ano.