A empresária angolana Isabel dos Santos foi intimada a comparecer perante um tribunal na Holanda num caso que envolve a transferência de cerca de 50 milhões de euros. Na acção foram tambem intimados dois cidadãos portugueses parceiros de Isabel dos Santos, Mário Leite da Silva e Fernando Teles e 10 outras entidades.
Dois antigos funcionarios de departamentos fiduciarios do Governo holandês foram também convocados a comparecer por envolvimento no caso, que segundo se alega envolve a falsificaçao de documentos que autorizou a transferência desse montante.
Um desses funcionários Robert van der Velden negou as acusações e disse não ter qualquer envolvimento directo nas controversas decisões. Todos os intimados terão que comparecer em tribunal até 23 de Março do próximo ano.
A acusação do desaparecimento daquele dinheiro foi feita após uma investigação levada a cabo pelo advogado Camilo Schutte, que no ano passado foi nomeado pelo Governo para dirigir a companhia Esperaza, em que Isabel dos Santos e o seu marido tinham uma participação de 40%, juntamente com a Sonangol que controlava 60%.
As investigações revelaram que o desvio de mais de 50 milhões de euros foram feitos com bases em datas falsas nos documentos, afirmando que Isabel dos Santos tinha tomado decisões com óbvio conflito de interesses pois na altura a empresária presidia à Sonangol.
O desvio dos fundos teria ocorrido quando João Lourenço assumiu a presidência e quando demitiu Isabel dos Santos da Sonangol. Outros 130 milhões de dólares teriam sido retirados da Sonangol.
Numa declaração citada em vários portais de notícias, Isabel dos Santos disse que os 50 milhões de euros eram respeitantes a distribuição de dividendos que tinham sido aprovados legalmente.
Ela negou também o desvio dos 130 milhões de dólares da Sonangol que foram gastos em projectos de restruturação algo que já tinha esclarecido por um tribunal em Lisboa. As autoridades holandesas tinham já concluido que a aquisição da participação na Esperaza tinha sido feita através do que chamou de transacções cleptocraticas
Antes, um tribunal holandês decidiu que a compra de acções de uma empresa da Sonangol com interesses na companhia petrolífera portuguesa GALP por uma companhia pertencente ao falecido marido de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo, foi um acto de corrupçāo.
LUSA