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João Lourenço em Lisboa: “África é o único continente capaz de resolver as crises alimentar e energética do mundo”

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O Chefe de Estado angolano e Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, assegurou este sábado, em Lisboa, que África está aberta ao investimento europeu e global, destacando o potencial do continente para enfrentar as grandes crises do século XXI.

A declaração foi feita no encerramento da 8.ª edição do Fórum EurAfrican, num debate partilhado com o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

“África é o continente do presente e do futuro. Tem terra arável, clima favorável, recursos minerais raros e capital humano jovem. Está aberta a investimentos europeus, asiáticos, americanos e do Médio Oriente. O que queremos é concorrência, não hesitação”, afirmou.

CPLP, língua e integração económica: “É hora de irmos além da cultura”

Instado a comentar o futuro da CPLP, João Lourenço rejeitou que haja qualquer desentendimento linguístico entre os países-membros, mas sublinhou que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa deve evoluir de uma plataforma linguístico-cultural para uma aliança económica concreta.

“A CPLP deve ser mais do que a promoção da língua portuguesa. Tem de significar trocas comerciais, desenvolvimento económico e social. A diversidade linguística é uma riqueza, não um entrave”, frisou.

Demografia como vantagem global: “A Europa devia olhar para os jovens africanos com outros olhos”

Respondendo sobre o potencial humano do continente, Lourenço considerou que a população jovem africana é um activo global, e que a Europa deve investir localmente, evitando a emigração forçada.

“Quem tem juventude tem força de trabalho, inovação e futuro. A Europa devia investir em África não por caridade, mas por interesse mútuo. Assim os jovens africanos não precisariam de atravessar o Mediterrâneo em condições desumanas.”

Infra-estruturas são prioridade: “Sem conectividade, não há Zona de Comércio Livre”

O estadista angolano foi enfático: infra-estruturas são a base do desenvolvimento africano. Desde estradas, ferrovias, barragens e portos, até infra-estruturas sociais como hospitais e escolas — sem elas, não há como cumprir os Objectivos da Agenda 2063.

“Precisamos de investir na conectividade. Só assim será possível concretizar a Zona de Comércio Livre Continental Africana. Sem mobilidade, não há comércio, não há integração.”

Energia como pilar de progresso: “O Inga é um gigante adormecido”

João Lourenço citou o caso da Barragem do Inga, na RDC, como exemplo do potencial inexplorado de África no sector energético. Segundo estudos, o Inga poderia fornecer energia a mais de metade dos países africanos, mas permanece subaproveitado por falta de financiamento internacional.

“A África precisa de investimentos em fontes limpas e renováveis. Temos barragens, temos sol, temos potencial. Mas sem financiamento, ficamos a assistir à crise energética mundial com os recursos aqui à nossa frente.”

Ambiente de negócios e investimento directo: “As redes sociais também servem para atrair investidores”

Lourenço defendeu que a atracção de investimento depende de dois factores: criar bom ambiente de negócios e comunicar activamente com investidores, inclusive através das tecnologias e redes sociais.

“Não podemos correr o mundo fisicamente a dizer ‘venham investir’. Hoje, usamos a tecnologia para chegar aos empresários, porque a informação existe e os investidores não podem dizer que estão desinformados.”

Mensagem final à Europa: “desenvolver África é a melhor resposta à imigração ilegal”

Na mensagem de encerramento, o Presidente angolano defendeu que desenvolver África é uma forma directa de combater a imigração desordenada, e apelou a condições de crédito mais justas nas instituições financeiras internacionais.

“A Europa tem influência nas instituições que definem os termos de financiamento. Se queremos resolver a imigração ilegal, temos de começar por investir em África, criando oportunidades locais para os nossos jovens.”

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O Site Correio Digital tem como fim a produção e recolha de conteúdos sobre Angola em grande medida e em parte sobre o mundo para veiculação. O projecto foi fundado em 2006.

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