O rigor, a honestidade e o sentido de responsabilidade devem ser as principais ferramentas dos jornalistas no combate à corrupção, declarou, nesta quinta-feira, a presidente da Comissão de Carteira e Ética.
De acordo com Maria Luísa Rogério, num workshop sobre “o combate à corrupção e o papel do jornalista em observância à ética e à deontologia”, a investigação e os relatos dos factos, sem adjectivação, garantem a credibilidade ao trabalho jornalístico.
Aconselhou a equidistância, ouvindo todas a partes envolvidas, para valorizar o contraditório, sem pressa em divulgar informações que ponham em causa a honra e bom nome, bem como a salvaguarda do princípio da presunção de inocência.
Maria Luísa Rogério afirmou que a corrupção é um facto e o seu combate deve ser uma prática diária do jornalismo, uma postura na forma de ser e estar em sociedade.
Durante a intervenção, propôs a inclusão da cadeira de ética e deontologia profissional nas instituições de ensino de jornalismo, a par da aposta na formação contínua dos profissionais da comunicação social.
A presidente da Comissão de Carteira e Ética exortou, entretanto, para a denúncia de acções que ameacem a profissão, tida como uma das dez mais perigosas do mundo, tais como a censura e se recusar a publicar informações que violem a ética e a deontologia profissional.
O jornalismo é um serviço público e por conseguinte o direito de informar não deve se confundir com um tribunal público, sublinhando que cabe ao profissional transmitir factos com isenção, cabendo ao público tirar conclusões.
Maria Luísa Rogério considerou incompatíveis o exercício do jornalismo e o de publicitário, devido a eventuais conflitos de interesses.
Quanto à ligação entre a indicação dos gestores de órgãos públicos pelo poder instituído e a liberdade de imprensa, Luísa Rogério disse que seria ideal que os administradores se limitassem a cuidar dos negócios da empresas e deixassem as redacções para os jornalistas, sem interferir na linha editorial.
O secretário de Estado da Comunicação Social, Nuno Caldas, na abertura do workshop, afirmou que o combate à corrupção deve continuar a ser a bandeira do combate à impunidade e para a melhoria do ambiente negócio no país.
Acredita que o êxito do combate à corrupção pode contribuir para o desenvolvimento do país, impulsionar o investimento privado e reduzir o desemprego.
Nuno Caldas exortou os jornalistas a informar com verdade, isenção, responsabilidade e sentido patriótico, para evitar a desinformação e a deformação de consciências.
Angop