À guisa das reacções no espaço público da crítica que o presidente do MPLA dirigiu a empresária Filomena de Oliveira, a jornalista da tv Record Kina dos Santos fez um post na sua página do facebook que está a ser bem recebido por várias sensibilidades.
De recordar que durante a última edição do debate da tpa “Sociedade Aberta” a empresária angolana Filomena de Oliveira criticou os técnicos da AGT e o próprio Executivo de surdos.
Reacção esta que está a empolar uma série de reacções antagónicas nas redes sociais. O artigo da jornalista da Record, também quadro da RNA, Kina dos Santos, que passamos a retomar deixa o acima aludido bem evidente.
“Eu gosto de gente como eu que chama os bois pelos nomes. Eu gosto de como as pessoas hoje têm peito para expor os seus pontos de vista. São opiniões alheias e devem ser respeitadas, já que devemos todos nos “respeitar mutuamente”, comecemos por respeitar opiniões alheias.
Eu não gosto dos muitos recados que se apregoam aqui e ali. Eu não gosto o facto de continuar pobre e desgraçada, num país onde a “dirigência” acha que faz muito pelo povo, quando na verdade continuamos com a velha promessa de vida melhor, e agora mais endividados.
Eu não gosto da riqueza fácil de muitos governantes. Não gosto da arrogância deles. Não gosto das ameaças e se não fossem os cargos que ocupam, podem crer muito bate boca travaríamos em público. Aqui não há faltas de respeito! Há opinião madura de uma senhora, que pela idade, merecia respeito. Se não se gostam que os cidadão angolanos, dentro do seu país se expressem, governem e nós calamos a boca.
Aliás como sempre nos adestraram. Não há surdos realmente, mas eu vou mais longe… há cegos, basta olhar para o Cunene, para não dizer que há quem não se importa com a nossa dor. Eleitor não tem opinião. Dele só precisam de voto no dia D. Eleitor não tem voz ou tem de medir palavras porque depois há desabafo: Não gostei!
E nós? Alguém nos perguntou o que gostamos? Aquela questão da satisfação de governação que foi feita lá no começo de tudo, aplicada à nós… haviam de se surpreender com as respostas. Não gosto de bater palminhas de plástico. Não gosto da cegueira de muitos ou do fingimento. Estou cansada dos compadrios e cumadrios. Estou cansada das inverdades. Cansada da falta de água, de energia eléctrica, de medicamentos, de habitação condigna e dos muitos 27 de Maio por pensar diferente, cansada dos paliativos.
Terra dos milhões! Cada qual sugou o seu, agora choram. Bué de leis, devolver a tatita nada!!! Isso é que não gosto (…) E dispõe tipo Deuses. Donos da verdade e dos destinos. Quem não tem gostado sou eu. Experimentem me ouvir.
Jindungu de kaleketa haja boca que aguente.”