O julgamento do empresário luso-angolano Carlos São Vicente tem início marcado para esta sexta-feira.
A primeira audiência do julgamento de Carlos São Vicente foi remarcada para esta sexta-feira, quando devia ter acontecido no passado dia 26 de Janeiro, pelo facto de o réu não ter sido notificado pelo tribunal da data do início das sessões com pelo menos 15 dias de antecedência, como manda a lei.
Em função disso, a defesa do réu requereu o adiamento do julgamento, de acordo com o juiz da causa, Edson Escrivâo.
Carlos São Vicente é acusado de peculato e branqueamento de capitais na sequência de um processo em que terá lesado a Sonangol em mais de 900 milhões de dólares.
Carlos São Vicente vai ser julgado por crimes de peculato e fraude fiscal.
Visivelmente mais magro, o empresário, que está detido na cadeia de Viana, cumprimentou a mulher, Irene Neto, que se encontrava já na sala, com a presença de números jornalistas que acompanham o caso.
Além da mulher, filha de Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola, vão também assistir ao julgamento outros familiares de Carlos São Vicente.
Antes do início do julgamento, que decorre na 3.ª secção criminal do tribunal Dona Ana Joaquina, a defesa, que diz ter sido notificada muito tarde do início do julgamento, voltou a criticar a detenção do empresário.
“Existe um princípio de presunção de inocência que deve ser respeitado” disse aos jornalistas o advogado, François Zimeray, sublinhando que a liberdade é a regra e a prisão deve ser uma exceção.
O advogado salientou que a dignidade “deve ser respeitada” e lamentou que Carlos São Vicente esteja a servir de bode expiatório para as dificuldades do país.
RNA/CD