Entidades oficiais angolanas e um intermediário luso-angolano receberam subornos de mais de 20 milhões de dólares para assinar um contrato de 550 milhões de dólares para a construção de um mercado de abastecimento em Luanda, revela a imprensa espanhola.

Um juiz emitiu nesta semana um segundo mandado de captura contra o luso-angolano Guilherme Oliveira Taveira Pinto por corrupção, no caso da companhia espanhola Mercasa envolvida nesse contrato.

Os investigadores espanhóis querem saber onde foram investidos os cerca de 550 milhões de dólares.

Entretanto, a 27 de Setembro passado, Destino Pedro Nsevilu, subcomissário do Serviço de Investigação Criminal e director da Interpol em Angola disse que Taveira Pinto não pode ser extraditado por ser angolano.

“Este cidadão é angolano. Assim sendo, não é extraditável. A Constituição angolana não permite a extradição de um cidadão nacional. Perante este facto, o que se faz, depois de o processo transitar em julgado, ser condenado, é as autoridades espanholas ou nós, autoridades angolanas, solicitar as autoridades espanholas a vocação do processo, para que este indivíduo cumpra a pena cá”, explicou ao Jornal de Angola, na altura, Nsevilu, que é também delegado da Interpol para África.

Ele reiterou que foi aberto também um processo de investigação em Angola, “que está em curso, mas que aguarda as diligências conclusivas que decorrem do processo em curso na Espanha”.

O suposto mercado abastecedor de Luanda foi anunciado em 2013 pela então ministra do Comércio Rosa Pacavira, mas não terá passado de uma remodelação de um espaço aberto no Quilómetro 30, em Viana.

Em Fevereiro de 2016, o governador de Luanda anunciou que o espaço iria ser apenas requalificado.

VOA