A recepção de propostas para a privatização da Rede de Hipermercados Kero, pelo país, encerra na sexta-feira desta semana, mas a loja do Shopping Luanda, no ex Gika, fecha hoje.
Segundo fez saber a administração do grupo Zahara, há dias, o imóvel do ex Gika é arrendado, pelo que não consta do leque de 12 infra-estruturas até aqui contabilizadas pelo Programa de Privatização da rede Kero.
A informação do encerramento do hipermercado, instalado no Centro Comercial Luanda Shopping, foi divulgada na passada terça-feira à noite no quadro do processo de recuperação de um conjunto de activos construídos com fundos públicos, submetidos a concurso para cessão da gestão.
De acordo com a Lusa, a decisão de encerramento da loja do ex Gika já tinha sido transmitida aos trabalhadores, em processo de realocação para outras unidades, em função da proximidade com a área de residência.
São entre 50 a 70 postos de trabalho afectados, mas que o grupo assegura mantê-los como colaboradores.
O estabelecimento é o único das 13 lojas que não integra o conjunto de activos postos a concurso com vista a encontrar um novo operador para explorar a rede de hipermercados.
As respectivas lojas estão localizadas oito (8) na província de Luanda e quatro (4) nas províncias de Benguela, Huíla e Huambo.
O concurso para o contrato de cessão do direito de exploração e gestão foi, oficialmente, aberto no dia 15 de Julho e decorre até 3 de Setembro deste ano, tendo havido já “várias manifestações de interesse”, por parte de operadores da distribuição.
De acordo com fontes, entre os interessados na aquisição da rede Kero estão a sul -africana Shoprite, a angolana Deskontão e a francesa Carrefour. É expectável que outros grupos-operadores nacionais e estrangeiros estejam também na lista de interessados ao Kero.
PROPRIV aos ingleses
Uma nota do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) dá conta da realização amanhã, terça-feira, a partir das 10 horas, por transmissão virtual, de uma sessão de apresentação do Programa de Privatização (PROPRIV) a empresários ingleses.
Esta sessão ocorre já depois de ter-se realizado eventos similares com portugueses, norte-americanos e com chineses, no quadro da mobilização de investidores estrangeiros.
A receita real, até aqui apurada, é de 21 mil milhões de kwanzas dos mais de 350 mil milhões previstos nos contratos já assinados com os respectivos vencedores.
O Programa de Privatizações continua a ser encarado como uma solução viável para que empresas até então inoperantes, outras em funcionamento deficiente, bem como as de elevada apetência dos investidores, como bancos, seguradoras, Sonangol e TAAG, possam trazer mais capital privado de qualidade e retirar do Estado a função empresarial. Um exemplo bastante enaltecido, ainda nos últimos dias, são as fábricas têxteis, que retomaram a produção em Luanda, Benguela e Cuanza-Norte.