As principais bolsas foram pressionadas pelos progressos limitados sobre as negociações do limite da dívida norte-americana, numa semana em que os preços do petróleo animaram com possíveis novos cortes na OPEP+.
Na última semana, os mercados estiveram receosos com o cenário de incumprimento de dívida pública nos EUA depois do novo impasse na discussão, entre o Governo e os deputados, para um acordo para aumentar o limite da dívida.
O actual limite ao endividamento norte-americano está avaliado em 31 biliões de dólares e diz respeito às Obrigações do Tesouro detidas pelos demais agentes económicos e aos pagamentos que são devidos aos vários programas que são financiados pelo Governo, como a Segurança Social e a Medicare, juros da dívida soberana, reembolsos fiscais e outros.
Um acordo sobre o limite da dívida deve ser alcançado até 1 de Junho deste ano, altura em que poderia ser anunciado o default, com efeitos sobre os mercados financeiros. Contudo, nos EUA os investidores mostraram-se mais optimistas em relação ao acordo, com o tecnológico Nasdaq a registar o maior ganho semanal com cerca de 1,76%. Já no mercado europeu, o Euro Stoxx 600, índice de referência para a região, desvalorizou cerca de 1,01% face à semana anterior.
Adicionalmente, a indicação por um dos responsáveis do BCE de que as restrições de política monetária devem continuar, pesou sobre o sentimento dos investidores, numa semana em que foram divulgados dados da inflação do Reino Unido, que apesar de ter registado a maior queda em dois anos (8,7%) em Abril, ficou acima dos 8,2% esperados.
No subsector energético, as cotações do crude subiram, sustentadas pela possibilidade da Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) decidir efectuar cortes adicionais de produção, na sua reunião de Junho, depois de declarações do ministro da Energia saudita.
Na variação semanal, o preço do barril de petróleo WTI negociado em Nova York valorizou 1,14% para 73,66 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, subiu 0,68% para 77,48 dólares.
Relativamente ao tema da transição energética, a União Europeia (UE) vai investir 1,5 mil milhões de euros para construir uma rede de infraestruturas que seja alternativa aos actuais combustíveis fósseis.
Este investimento surge no âmbito do pacote Fim 55, uma iniciativa da UE que visa acelerar a transição energética no sector dos transportes, com a criação de novas instalações de carregamento de veículos eléctricos, expandir as já existentes e permitir o acesso a estações de hidrogénio.
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