Um novo programa de cooperação até 2027 e o reforço da linha de crédito empresarial para dois mil milhões de euros e 13 acordos assinados, sobretudo nos domínios económico e financeiro fazem parte da resposta à ambição do Presidente João Lourenço no sentido de Portugal contribuir para a diversificação da economia nacional.
Os governos de Angola e de Portugal assinaram, esta segunda-feira, 13 acordos de cooperação bilateral, sobretudo nos domínios económico e financeiro, numa cerimónia presidida pelo chefe Presidente da República, João Lourenço, e pelo primeiro-ministro português, António Costa.
Esta é a segunda visita oficial de António Costa a Angola, a primeira foi em 2018.
Ao fim da manhã, o ministro das Finanças de Portugal, Fernando Medina e o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, assinaram os acordos que garantem um aumento da linha de crédito empresarial de 1,5 mil milhões de euros para dois mil milhões de euros e o Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2023/2027.
Os acordos abrangeram um acordo entre os portos de Sines e Algarve e a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande e, entre outros domínios, a formação e apoio laboratorial para a segurança alimentar, um memorando que envolve a investigação criminal neste domínio.
O PEC 2023-2027, segundo António Costa, citado pela imprensa portuguesa, representa “uma marca concreta do reforço da cooperação entre dois países amigos num momento muito alto das relações” luso-angolanas. O reforço da linha de crédito empresarial, de 1,5 mil milhões de euros para dois mil milhões de euros, servirá para “responder à ambição do Presidente João Lourenço no sentido de Portugal contribuir para a diversificação da economia angolana”.
“O novo PEC reforçará o envelope financeiro do período anterior” e “deverá continuar a privilegiar áreas como a educação, a saúde, a justiça e a segurança, avançando também com a promoção da cooperação em novas áreas como o turismo, a modernização administrativa, a cooperação com o sector privado, e a qualificação do capital humano”, lê-se numa nota do Governo português, de acordo com a mesma nota, o último PEC 2018-2022, com um envelope financeiro de 535 milhões de euros, teve uma taxa de execução global de 122%.
Nas declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro português referiu que se chegou ao número de 13 acordos, porque nos últimos dias a Caixa Geral de Depósitos fechou três contratos de financiamento.
“O número da sorte”
Entretanto, o Presidente da República, João Lourenço, afirmou que o 13 passou a ser “o número da sorte” entre Portugal e Angola e revelador do empenho dos dois países em fazer mais e melhor, numa alusão ao número de acordos assinados em Luanda.
“Para alguns, o número 13 é número de azar, mas no nosso caso é um número da sorte, a julgar pelo número de instrumentos jurídicos que acabámos de assinar e que refletem o nível de relação entre os dois países e vontade das partes, governantes e povos para tudo fazer para que, mesmo sendo boas, num futuro breve passem a ser ainda melhores”, salientou.
João Lourenço enfatizou que se trata de “relações de amizade, mas sobretudo relações de cooperação económica entre Angola e Portugal”, estando os dois países empenhados em consolidar as relações já existentes e construir uma ligação cada vez mais sólida.
“Quem dá sorte às relações entre os dois Estados é a vontade política dos dois países e trabalho que dedicam a favor do bom relacionamento”, reforçou, afirmando que Angola está “empenhadíssima em cultivar cada vez melhores relações com Portugal”, uma vontade que disse ser recíproca, tendo em conta os sinais que as autoridades de Luanda dizem receber da contraparte portuguesa.
António Costa sublinhou que o programa estratégico de cooperação será como uma ‘bíblia’, que vai guiar as ações de cooperação até 2027, destacando que o investimento está aberto a áreas não tradicionais como o turismo e a economia azul.
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