O major Pedro Lussaty, figura principal deste mediático julgamento, disse esta segunda-feira (24) ao tribunal, que está a ser usado como bode expiatório da Casa de Segurança do Presidente da República e que carrega sozinho a “cruz” deste órgão de segurança de apoio ao Presidente e à sua família.
Pedro Lussaty afirmou que muitos dos bens apreendidos na sua posse são de pessoas muito poderosas, que agora têm vergonha de contar ao tribunal que são os verdadeiros donos.
O major disse também ser sócio de muitas pessoas poderosas deste País e não só. E acusa a PGR de ter levado sete malas de documentos onde ele pode comprovar a origem de tudo o que tem enquanto empresário e milionário.
Segundo Lussaty, a PGR não quer encontrar os seus sócios que podem justificar a origem do seu património porque não lhes convém, assegurando que nunca teve nenhuma autoridade na Casa de Segurança do PR e que apenas era um simples oficial.
Ao tribunal reafirmou ser dono de muito dinheiro que supostamente causou inveja a muitos oficiais, e que o dinheiro em caixas da série de 2021 encontrado no seu apartamento é seu e que o levantou de um banco comercial através das suas empresas.
“Sou apenas major, mas sou julgado como chefe, ministro, general ou secretário-geral da Casa de Segurança. Não sou também o porta-voz da Casa de Segurança e não tenho nada que explicar a ninguém sobre as folhas de salário, eu apenas imprimia as folhas que os chefes davam”, contou.
Pedro Lussaty assegurou que sabe porque que está a ser julgado e que conhece as pessoas poderosas que o colocaram na prisão. “A Casa de Segurança do PR não tem nada a ver comigo! Estou a carregar uma cruz que não devia carregar. A Casa de Segurança tem mais de 10 generais e muitos são oficiais responsáveis pela gestão orçamental. Infelizmente não estão aqui! Mas está em cartaz o major Pedro Lussaty”, lamentou.
Pedro Lussaty voltou a lamentar o facto de ser exposto pela Televisão Pública de Angola (TPA) e reafirmou que nunca falou nem sequer conhece o jornalista Cabingano Manuel que exibiu uma peça em que ele aparece a dar uma entrevista. “Peço ao jornalista da TPA que se retrate orque mostrou muitas inverdades, foi infelizmente usado. Mas eu perdoou-o”, desabafou.
Pedro Lussaty pediu ao tribunal que abra outro processo para ele explicar a origem da sua fortuna. Mas que não seja neste processo associado à Casa de Segurança do PR. “Espero que me condenem com provas. Senão as tiverem que o senhor juiz me absolva”, pediu o major “milionário” ao tribunal.
“Eles não querem vir passar vergonha aqui. Porque o que se fala aqui é uma pouca-vergonha. Há muitas inverdades”, salientou o major, assegurando que os donos vão aparecer na devida altura. Os processos falam por si. Não há nenhum comprovativo da acusação sobre mim, mas serei infelizmente condenado”, concluiu o major ligado à Casa de Segurança.
NJ