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“Mafia do Ouro” lança suspeitas de ligações da rede ao poder

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“As revelações são uma possível fonte de informação para prender redes criminosas que se dedicam activamente ao contrabando de ouro e ao branqueamento de dinheiro no Zimbabwe e noutros países africanos”, sublinha a Transparência Internacional.

Um documentário da Al Jazeera, intitulado “Máfia do Ouro”, expôs um esquema de contrabando de ouro e branqueamento de dinheiro, que levou a Transparência Internacional do Zimbabwe a pedir à Unidade de Informação Financeira e à Comissão Anti-Corrupção nacional uma investigação séria aos factos descritos pela reportagem, que se infiltrou em “alguns dos maiores bandos de contrabando da África Austral” que “lavam” ouro e dinheiro com a ajuda de empresas e grandes bancos.

O esquema, segundo o primeiro dos quatro episódios do documentário, que começou a ser exibido em Março após três anos de investigação, tem a alegada conivência de políticos, diplomatas e organismos estatais do Zimbabwe, como a Fidelity Printers and Refineries, empresa detida pelo banco central.

No primeiro episódio, a Al Jazeera revelou quem são os protagonistas da “Máfia do Ouro” e no segundo deu a conhecer Simon Rudland, um dos homens mais ricos do Zimbabwe e co-proprietário da Gold Leaf Tobacco, assim como os “seus parceiros que estão a pilhar as suas nações”, utilizando uma “teia de ligações altamente colocadas, empresas de fachada e documentos cuidadosamente manipulados”, que se estende a África do Sul.

Rudland, descrito como figura central da rede, esteve na mira das autoridades sul-africanas, em 2022, quando a South African Revenue Service acusou a sua empresa de venda ilegal de tabaco e evasão fiscal.

A investigação mostra que a teia de crimes do dono da Gold Leaf Tobacco se estende “a um elaborado esquema de lavagem de dinheiro e contrabando de ouro que o ajuda a esconder milhões USD de dinheiro não contabilizado”. Alegações que o empresário desmente à Billionaires.Africa, indicando que vai processar a Al Jazeera e exigir um pedido de desculpas.

Correios transportam ouro

Documentos e declarações de testemunhas “revelam que Rudland também empresta parte do seu dinheiro ao governo do Zimbabwe”, país que enfrenta dificuldades no acesso a financiamento, por causa das sanções ocidentais. “Em troca, a Fidelity Printers and Refineries, a refinaria do banco central, deixa os seus correios transportar milhões USD de ouro para o Dubai para venda, através de viagens frequentes”, refere a Al Jazeera.

Segundo contou Ewan Macmillan, um ex-jogador de rugby nascido em Harare em 1971 e que é conhecido como “Senhor Ouro”, Rudland “dá o dinheiro à Fidelity para comprar o ouro, para ele exportar”. Macmillan, que esteve implicado em negócios ilegais de ouro e enfrentou uma pena de prisão nos anos 1990, como o próprio relata, foi filmado por um repórter disfarçado, que lhe pediu para o ajudar a lavar milhões de dólares retidos em Hong Kong.

Ao gabar-se das suas façanhas, Ewan Macmillan, que em 2007 foi condenado por possuir ilegalmente 1,2 quilos de ouro, diz que tem acesso aos mais altos funcionários do Estado zimbabueano, incluindo o Presidente Emmerson Mnangagwa e o governador do banco central.

Entre os parceiros comerciais do ex-jogador de rugby encontram- -se um general reformado, um antigo ministro da energia sancionado e um antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, como revela a investigação da Al Jazeera, conduzida por Alexander James e Sarah Yeo.

No centro das operações de lavagem de dinheiro de Simon Rudland está uma empresa no Dubai chamada Aulion, que compra ouro zimbabueano, utilizando o dinheiro “sujo” do magnata do tabaco, esclarece o canal.

Líderes religiosos na teia

A reportagem apanha também Uebert Angel, um líder religioso com passaporte diplomático e missão dispersa por 50 países, que surge numa gravação a apresentar aos repórteres um esquema para lavar 1,2 milhões USD, usando a sua mala diplomática. E Mohamed Khan, também conhecido por “Mo Dollars”, que “construiu o seu império de branqueamento de dinheiro a subornar pessoas influentes em vários bancos sul-africanos”. Khan é dono da PKSA e da SALT Asset Management, empresas sul-africanas de serviços financeiros que “ajudam Simon Rudland e outros a lavar grandes somas de dinheiro através de facturas falsas e identidades roubadas”, descreve a Al Jazeera.

Expansão

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