Gestor da maior operadora diamantífera do País entende que, com fontes alternativas de energia, seria possível Catoca reduzir custos, mas sabe que o pior vem aí, já que o Governo, a qualquer momento, pode retirar os subsídios aos combustíveis.
A Sociedade Mineira de Catoca adquiriu, em 2020, 37,8 milhões de litros de combustível para garantir as suas operações.
A informação foi passada pelo director-geral adjunto para a área administrativa da empresa, Paulo Martins, durante um encontro na Lunda-Sul entre o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, e os operadores mineiros daquela província, por ocasião das actividades alusivas ao “Dia do Mineiro”.
Contas feitas pelo Novo Jornal apontam, deste modo, que, se os 37,8 milhões de litros de combustível que a diamantífera adquiriu foi gasóleo, significa que a Sociedade Mineira desembolsou qualquer coisa como 5,1 mil milhões de kwanzas, correspondentes a 8,7 milhões de dólares, à taxa de câmbio média do período, uma vez que cada litro desse produto refinado custa 135 kwanzas.
Os custos monetários com a compra de combustíveis por parte de Catoca, no ano passado, poderão ter sido mais elevados, partindo do princípio de que, para além do gasóleo, a operadora diamantífera também consumiu gasolina.
Isso quer dizer que, se os gastos com os 37,8 milhões de litros de combustíveis fossem apenas com gasolina, a Sociedade Mineira teria aplicado mais de seis mil milhões de kwanzas, o equivalente a mais de nove milhões de dólares, calculou este jornal.
Fruto disso, Paulo Martins desabafou que o combustível acaba por ter impacto negativo nas
actividades de Catoca, “tanto para a geração de energia eléctrica, como para os próprios equipamentos de produção, carga e transporte”, descreveu o gestor da maior empresa angolana de prospecção, exploração, recuperação e comercialização de diamantes.
NJ