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Maiores marcas da indústria de bebidas “fogem” ao selo “Feito em Angola”

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Apesar dos esforços do INAPEM em angariar grandes marcas de bebidas que já exportam lá para fora, estas não querem juntar-se a produtos cuja qualidade possa ser duvidosa, de acordo com fontes do sector. Defendem que o selo “Feito em Angola” deve premiar a qualidade, o que consideram não acontece actualmente.

As marcas mais conhecidas da indústria de bebidas nacional não se associaram, até ao momento, ao selo do serviço “Feito em Angola”,  por não haver padrões de qualidade mínimos na atribuição do carimbo do Ministério da Economia e Planeamento, que é operacionalizado pelo Instituto Nacional de Apoio as Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM).

Na prática, não querem juntar-se a produtos cuja qualidade possa ser duvidosa, de acordo com fontes do sector.

Os produtores das grandes marcas na indústria de bebidas, que é um dos subsectores mais robusto da indústria nacional, explicam que um selo deve acrescentar valor aos produtos, mas neste caso isso não é assegurado já que algumas das marcas e produtos que já têm o selo “Feito em Angola” não dão garantias de assegurar equivalência aos standards e boas práticas internacionais em termos de qualidade.

Em termos práticos, segundo fontes do sector, os critérios do serviço que vigora desde Junho de 2022, “são demasiados largos o que dá margem aos produtos que não cumpram com os padrões mínimos exigidos” de carregarem a chancela do Ministério da Economia e Planeamento (MEP). “As marcas falam por si, por isso os selos têm de ter a tendência de nivelar para cima a qualidade dos bens e serviços”, disse uma das fontes.

Muitas destas grandes marcas de bebidas carregam já o nome de Angola a nível internacional quando são exportadas, como são os casos da Cuca, da Nutry, da Água Pura ou da Blue. “Os selos que carregam devem ser rigorosos e deve valer a pena. Têm de ser vantajosos para as marcas, como por exemplo com a Monde Sellection de Bruxelas (Bélgica), que atribui o selo à qualidade de produto e isso é vantajoso”, diz uma outra fonte.

Reformulado em 2022, o “Feito em Angola” tem como objectivo promover a qualidade dos produtos nacionais e permite a adesão a empresas sediadas no País e que tenham no mínimo seis meses de actividade económica. Actualmente, 156 empresas e 490 produtos e serviços, mas a ausência das grandes marcas exportadoras pode por em risco o projecto desenvolvido pelo Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) na altura do lançamento do actual regulamento do programa.

“As grandes marcas acham que não tem que aderir e não aderiram ainda. A realidade é que falta interesse, porque nós fomos lá, visitámos, apresentámos o serviço, mas ainda não manifestaram interesse”, afirmou Gisela Moreira, chefe do Departamento de Fomento Promoção e Capacitação Empresarial do INAPEM, em declarações ao Expansão.

Ainda assim, com ou sem grandes marcas, o objectivo passa por continuar a promover o que é feito em Angola. O produto ou serviço que pretenda carregar o selo “Feito em Angola” nas suas embalagens deve ter a incorporação de matéria-prima e de mão-de-obra igual ou superior a 30% no bem final ou serviço prestado.

Assim, no entender das grandes marcas da indústria de bebidas nacional os critérios para a adesão a este serviço não têm como principio obrigar à qualidade do produto já que estão preocupados apenas em alargar ao máximo a rede de bens e serviços com este selo. “Este regulamento deixa a ideia de haver uma preocupação do INAPEM em ter uma adesão mais virada para a quantidade de bens e serviços”, afirma uma das fontes.

“O selo devia ser uma premiação pela qualidade do produto, este seria o critério mais objectivo. Para estes tipo de selos, os números são importantes, mas a qualidade e o prestígio em carregar o selo é o que conta no final de contas, como acontece com outros selos. Por isso há este receio em associar-se a um selo que não acrescenta valor ao bem ou serviço, explica um dos produtores do sector que falou ao Expansão.

Expansão

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