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Ministério da Educação perdeu o controlo – Há professor a receber salário sem dar aulas

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“HÁ PROFESSORES A RECEBER SALÁRIOS, QUE NÃO ESTÃO NAS ESCOLAS”

É o próprio Ministério da Educação que o denuncia, e por isso mesmo vai iniciar um levantamento aturado para identificar quem está a receber salários como professores mas que não dá aulas ou nem sequer tem qualquer actividade lectiva ou coordenação na escola, ou seja, a lista de pagamentos aos professores inclui pessoas que estão a exercer outras funções fora das escolas

E quem o disse foi a ministra da Educação, Luísa Grilo, durante uma jornada de campo, na companhia da governadora de Luanda, Ana Paulo de Carvalho.

A ministra adiantou que, e apesar dos professores não disporem de horários, isto é, não estão a dar aulas, mas ganham salários como docentes o que significa que o Ministério da Educação está a pagar a professores que não estão a exercer a actividade docente.

Por outro lado, numa rápida volta pelas inúmeras escolas do país, e muitas delas estão a ser construídas no âmbito do PIIM (Plano Integrado de Intervenção nos Municípios), percebe-se que têm falta de professores.

É o caso do município de Sanza Pombo, no Uíge, que, e de acordo com o responsável pelo sector da Educação da província, Mateus Laurindo, que diz que precisa de mais de 400 professores para melhorar o processo de ensino na região.

Voltando à questão dos professores que recebem como professores mas estão fora das escolas, Luísa Grilo disse que o Governo está empenhado em que haja menos alunos por sala de aula e para isso terá de aumentar o número de professores comprometidos com a sua actividade, que é dar aulas.

O Ministério da Educação (MED) vai levar a cabo, em breve, um trabalho para identificar professores que auferem salários, mesmo sem terem em posse horários nem responsabilidades com qualquer actividade lectiva ou de coordenação.

A ministra da Educação, Luísa Grilo, que anunciou o projecto quarta-feira, durante uma actividade de campo, na companhia da governadora de Luanda, Ana Paula de Carvalho, considerou essa problemática de professores sem horários como uma das principais preocupações do sector.

Luísa Grilo disse que, apesar desses professores não disporem de horários, mas ganharem salários como docentes, os referidos agentes representam um grande encargo para o Ministério da Educação.

A governante avançou que a ideia é trabalhar para a diminuição do número de alunos por professor, daí a necessidade de termos mais docentes presentes e comprometidos nas salas de aula, de forma a melhorar a qualidade do desempenho de cada um.

Luísa Grilo salientou que a visita a escolas de Luanda serviu, também, para avaliar as estruturas e disparidades que existem, com vista a ultrapassar as dificuldades do ensino a nível da capital do país, no sentido de melhorar a qualidade do serviço educacional.

A ministra da Educação considerou, ainda, que Luanda é das regiões que mais preocupam o sector, apesar de ser territorialmente menor em relação às outras províncias, mas tem uma população enorme, o que a torna muito complexa do ponto de vista organizacional para o funcionamento das instituições de ensino.

“Esperamos que Luanda seja uma referência do ponto de vista da educação e acredito que, com esforço de todos afectos à província, podemos mudar o quadro, o conceito e a imagem que se tem da educação em Angola”, disse a ministra.

A governadora de Luanda, Ana Paula de Carvalho, espera que nesses três dias de visitas, iniciadas na quarta-feira, se possam avaliar as condições das infra-estruturas, acomodação dos alunos por sala, medidas de biossegurança e de higiene, bem como para corrigir algumas questões pontuais.

“É preciso sabermos da qualidade dos serviços que Luanda oferece e, particularmente, a do ensino e aprendizagem que é ministrada às nossas crianças e aos jovens”, disse a governadora provincial.

Ana Paula de Carvalho disse que o Governo Provincial está a trabalhar para reduzir o número de alunos fora do sistema de ensino, daí que, até Dezembro, está prevista a conclusão das obras de mais estabelecimentos escolares, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

Até o dia 22 de Setembro, foram visitados estabelecimentos de ensino dos municípios de Luanda, Cazenga, Viana, Talatona e Belas, estando marcado para hoje a cerimónia de balanço desse trabalho, a ser apresentado no Conselho de Direcção Alargado, a decorrer nas instalações do Gabinete Provincial da Educação de Luanda.

Expansão

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