A quantidade de moeda em circulação na economia aumentou quase 12% em Junho de 2023, face a Maio do presente exercício económico, apurou a E&M.
Segundo os dados mais recentes do Banco Nacional de Angola (BNA), que serviram de base para o cálculo da E&M, em Maio circulavam na economia pelo menos 6,3 biliões de Kwanzas. No mês seguinte o montante em circulação chegou a mais de 7,08 biliões Kz.
Os cálculos indicam que em Junho de 2023 o banco central injectou perto de 740,7 mil milhões Kz na economia. Um aumento de aproximadamente 12%, quando comparado ao mês anterior.
Ainda no período em análise, como se pôde observar nos dados que o BNA disponibilizou, agora sob governo de Tiago Dias, o volume de dinheiro em poder do público passou de pelo menos 467,3 mil milhões Kz (Maio) para mais de 510,1 mil milhões Kz (Junho), representando um aumento de aproximadamente 9,3%.
Em Junho, o público passou a dispor de mais de pelo menos 43,5 mil milhões Kz (9,3%), se comparado a Maio deste ano, cujo índice de preço no consumidor nacional (IPCN) registou uma variação de 1,41%.
Manipulação da base monetária
A expansão monetária verificada em Junho deste ano, segundo especialistas, faz parte da estratégia do banco central para o controlo da inflação e a estabilidade financeira na economia (manipulação da base monetária).
O ex-governador do BNA, José de Lima Massano, chegou a afirmar, no “ANGOLA ECONOMIC OUTLOOK”, conferência realizada em Luanda, a 26 de Abril de 2023, que o BNA passou a trabalhar com a base monetária para o alcance da meta de inflação.
Desta forma, disse, as reservas internacionais líquidas (RIL)deixaram de ser utilizadas como instrumentos para condução da política monetária, relativamente ao alcance da meta de inflação na economia.
“Não temos compromisso determinado com a taxe de câmbio, apesar de compreendermos que tem um efeito de transmissão para a formação de preços na economia, muito dependente das importações”, afirmou José de Lima Massano, na altura convicto de que a inflação este ano se situe entre 9% e 11%.
A crítica adverte que o uso excessivo ou inadequado da aludida estratégia (manipulação da base monetária) pode ter consequências negativas, como aumento da inflação ou desaceleração da actividade económica.
E & M
