O Presidente do Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, negou estar foragido da polícia e acusou as autoridades angolanas de quererem esconder o que se passou nos confrontos ao impedirem uma delegação da UNITA de visitar o local.
Zecamutchima disse que se as autoridades entregarem ao seu advogado Salvador Freire uma notificação, ele está pronto a se apresentar na Procuradoria para ser interrogado sobre os acontecimentos no Cafunfu, que resultaram em várias mortes.
O Ministro do Interior Eugénio Laborinho disse que Zecamutchima tinha sido indiciado. Contudo, adiantou, estranhamente, que o mesmo não está a ser procurado pelas autoridades porque isso seria o mesmo que “procurar uma agulha num palheiro”. Alegação que não faz sentido visto que a PGR e a própria polícia estão dotados de recursos jurídicos e de trabalho para o efeito.
Todavia, em declarações à VOA, Zecamutchima disse que está em Luanda.
“Como é que os jornalistas contactam comigo, sabem onde estou e as forças de segurança de Angola dizem que não sabem?”, interrogou.
o ministro do interior mentiu?
Bem deixemos que o tempo resolva ou dá-se um voto de confiança a Justiça angolana, a começar pela PGR no sentido de aferir a verdade dos factos.
Zecamutchima negou veementemente as alegações do Executivo de que membros do seu movimento teriam atacado uma esquadra da polícia como alegado pelas autoridades.
O Ministro fez saber que as autoridades disseram que o alegado ataque deu-se a madrugada quando os vídeos filmados no local mostram claramente a policia a actuar durante o dia.
“Porque é que o Governo impede uma delegação da UNITA de ir ao local?”, interrogou-se em referência à detenção de uma delegação parlamentar daquele partido da oposição que foi impedida de seguir para o Cafunfu.