Se esta tendência da “força do futebol” se mantiver pode voltar-se a assistir à queda dos subscritores este ano, não de forma tão acentuada como no ciclo anterior, até porque a economia voltou a crescer, mas a pirataria ainda persiste e os subscritores de internet prosperam e há agora plataformas streaming.
O número de subscritores de TV por assinatura cresceu 16%, para 335.005 entre o III e o IV trimestre de 2022, período em que foi realizado o Mundial de Futebol no Catar. Os assinantes saíram de 1,70 milhões no terceiro trimestre para 2,03 milhões nos últimos três meses do ano, calculou o Expansão com base nos dados do Instituto Nacional das Comunicações (INACOM).
Trata-se de um “resgate” de clientes, depois da tendência negativa que se assistia desde o início de 2019, altura em que a crise económica e a pirataria chegaram a roubar perto de 300 mil subscritores entre 2020 e 2021 às três operadoras, nomeadamente Zap, Dstv e a TVCabo.
Os números começaram a subir em Novembro, quando atingiram 1,86 milhões de subscritores, contrariando a tendência negativa que se mantinha até Setembro, que chegou a cair para 1,70 milhões de assinantes. Em Dezembro de 2022 chegou a 2,03 milhões, que é o recorde do número de subscritores de TV por assinatura no País, que tinha sido fixado em 2018 na altura da realização da copa do mundo da Rússia, com mais de 1,83 milhões.
Em termos práticos, foi exactamente em Novembro (início da fase final do mundial, dia 18) e Dezembro (fim do campeonato do mundo, dia 20) que os números de subscritores de televisão deram uma reviravolta. É também um período do ano com relativo poder de compra.
“Acreditamos que o IV trimestre de 2022 foi positivamente impactado pela excelente performance do Mundial de Futebol da FIFA do Catar bem como o período festivo do fim do ano”, explica Estefânia Sousa, directora de assuntos corporativos da Multichoice Angola ao Expansão.
No entanto, depois de 2018, os números conheceram uma trajectória descendente, empurrados também pela crise financeira e a pirataria começou a ganhar terreno face às operadoras.
De acordo com Francisco Ferreira, director Geral da TVCabo Angola, a valorização do Kwanza e a estabilização do cambial que se assiste pode ser importante para fazer crescer os subscritores, porque permite que os operadores façam mais investimentos em equipamentos e, sobretudo, vai ajudar na compra dos serviços, que são feitos em moeda estrangeira no exterior.
Expansão