O negócio do peixe dá mais benefícios financeiros que o petróleo, diz o empresário Adérito Areias, na III Conferência E&M Sobre Economia Azul, “o cluster do mar para além do petróleo”.
O empresário que entre outros investe na produção de sal realçou, durante uma intervenção na III Conferência E&M Sobre Economia Azul, que teve lugar hoje, 26, que o “peixe dá mais que o petróleo”. “O peixe é diabólico e dá muito dinheiro”, ironizou o também conhecido Rei do Sal, dirigindo-se à plateia.
Adérito Areias defendeu, por isso, uma maior reorganização do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, desafiando o órgão a promover um uma abordagem transversal sobre o sector das pescas. “Precisamos realizar um encontro profundo sobre as pescas”, apelou.
“O único sítio que quem pesca também é quem vende é em Angola. Na Namíbia há controlo, não pode pescar e vender ao mesmo tempo”, afirmou, acrescentando que no período colonial, quem pescava não poderia ao mesmo tempo vender. “O colono não deixava ninguém vender”, recordou.
Acusou o ministério das Pecas como sendo um dos departamentos ministeriais de que é difícil chegar a acordos, como por exemplo, a definição do preço do pescado, para além de uma entidade vocacionada à venda do peixe.
“Nós no sal não temos problema, desde que a associação dos produtores do sal tomou a liderança, neste momento são eles que fazem a venda. O dia em que o peixe será vendido por outra entidade o problema das Pescas vai acabar, o Estado vai ganhar mais, vai ter dados fiáveis sobre o que, de facto, se pesca e pode pôr imposto sobre o que pescamos”, apontou.
A III Conferência E&M Sobre Economia Azul é uma iniciativa da revista Economia & Mercado que debateu pelo terceiro ano consecutivo os avanços da implementação da Estratégia Nacional para o Mar de Angola.
E & M