Infraestruturas, energia, educação e agropecuária dominam as áreas em que os dois países pretendem cooperar, sem esquecer o petróleo que vai sair do Lobito.
Angola pretende estabelecer uma “verdadeira parceria” com a Zâmbia, promovendo e alargando os laços de amizade e de cooperação económica, com destaque para a educação, cultura, ciência, produção agropecuária, indústrias extractivas e transformadora das matérias-primas, interligação rodoviária, ferroviária e eléctrica. A posição foi manifestada pelo Presidente da República, João Lourenço, durante as conversações como o seu homólogo zambiano, Hakainda Hichilema, que esteve em Luanda, numa visita que permitiu a assinatura de seis instrumentos jurídicos de cooperação bilateral.
João Lourenço considerou que os instrumentos ligados aos sectores da agricultura, energia, infraestruturas, indústria, justiça, formação especializada no domínio da administração pública vão “seguramente” impulsionar as trocas comerciais e o investimento cruzado das respectivas economias.
Entre os instrumentos jurídicos assinados, destacou o memorando de entendimento entre o Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação de Angola e o Ministério das Infraestruturas, Habitação e Desenvolvimento Urbano da Zâmbia, para facilitar a construção da estrada de ligação Angola/Zâmbia, via fronteira do Jimbe, “que dará um grande impulso ao desenvolvimento do sector privado, com a massificação do movimento de investidores e de turistas nos dois sentidos”.
O Presidente da República deu a conhecer que Angola pretende colocar as infraestruturas do Corredor do Lobito ao serviço das economias dos países da região, nomeadamente da Zâmbia e da República Democrática do Congo. Por sua vez, o Presidente zambiano, Hakainda Hichilema, destacou que o petróleo é um dos principais produtos de consumo no país, sublinhando a importância dos combustíveis para a economia da Zâmbia.
Daí o seu interesse em comprar petróleo angolano e investir na refinaria do Lobito. “Não sei como é que nós conseguimos manter esta situação de comprar combustíveis da Arábia Saudita e de outras partes do mundo e não a nível do nosso vizinho. A Zâmbia devia sentir-se mal, que não estejamos a comprar ao nosso familiar que está na próxima esquina, na mesma casa, isto é inaceitável”, frisou.
Está em cima da mesa a possibilidade de construção de uma “pipeline” entre a cidade do Lobito e a Zâmbia para transporte do petróleo. Mas, enquanto este projecto não se concretiza, vai avançar a construção do canal ferroviário Luacano/Jimbe, para fazer chegar os combustíveis da refinaria do Lobito à Zâmbia por via-férrea, em cisternas sobre carris.
Expansão