Três semanas após uma visita a Benguela, o Presidente angolano, João Lourenço, exonerou o governador provincial, Rui Falcão.
O dirigente já vinha criticando a falta de recursos financeiros, inclusive para a recolha de lixo nas principais cidades, como reflexo do excesso de centralização de poderes.
Falcão “mandou” este recado publicamente na presença do ministro da Administração do Território e Reforma do Estado, Marcy Lopes.
Declarações com um teor crítico atipicamente vindas de um governador que apelou também à expulsão dos corruptos do Governo.
Alguns analistas vêem isso como uma das razões para a exoneração do governador, que continua como primeiro secretário do MPLA na província.
Fonte do palácio do Governo lembrou também a controvérsia sobre a proveniência de fundos para o hospital da Baía Farta.
João Lourenço deixou Benguela convicto de que tinham sido empresários locais a erguer a infraestrutura, quando, conforme dizem os programas de investimentos públicos, a obra é resultado do Orçamento Geral do Estado.
O analista político José Cabral Sande disse que “desde o pronunciamento de que os incompetentes estão em Luanda e não em Benguela que ele ditou a sua sentença”.
“Todos sabiam que saltaria na primeira oportunidade”, afirmou Sande para quem “o Presidente esperou para não levar o assunto como uma revanche”.
“Ninguém me vai dizer que ninguém sabia do dinheiro do hospital, até porque está aqui o Ministério das Finanças, que tem um delegado que presta contas a Luanda”, acrescentou.
Rui Falcão tinha anteriormente ocupado a posição de governador do Namibe
No aeroporto de Benguela, de onde seguiu em direcção à capital do país, já nesta quinta-feira, 11, Falcão disse estar de viagem a Luanda “para resolver um assunto” e que vai depois regressar a Benguela.
Nada que preocupe o secretário provincial da UNITA, Adriano Sapiñala, quem desejou boa sorte ao novo governador Luís Nunes, que ocupava o cargo de governador da Huíla, acrescentando que está “pronto para a luta política e partidária, independentemente do adversário”.
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