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PCA da TAAG defende injecção de dinheiro para fazer face ao endividamento da companhia

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A TAAG encerrou o exercício de 2022 com uma histórica margem EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de -5% e um resultado líquido positivo de 460 milhões de kwanzas.

Os dados disponíveis no relatório e contas da companhia de bandeira indicam que os resultados em dólares, apesar de ser evidente a tendência de recuperação de 2022, o EBITDAR (lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação, Amortização e Aluguer) fixou-se em – 22 milhões, com uma margem ainda negativa de 6%.

Apesar do resultado líquido, em dólares, ainda negativo, é previsível, na óptica da Administração da TAAG, que até 2024 se alcance um resultado positivo. Para tal, a presidente do conselho de administração (PCA) da TAAG, Ana Major, defende injecção de dinheiro para fazer face ao endividamento da companhia, em resposta às recomendações do auditor independente. Leia parte da entrevista conduzida pelo jornalista Nuno Fernandes, disponível para assinatura.

Qual é a sua percepção sobre os resultados alcançados em 2022 e publicados em Maio último, sem que o auditor tenha emitido qualquer reserva?

Os resultados são produto de todos os colaboradores da TAAG. São números alcançados num contexto adverso caracterizado por disrupções da indústria e do ecossistema local, desafios organizacionais internos e pelo momento geopolítico internacional. Percebemos que temos uma TAAG que pode ser rentável, operacionalmente eficiente e financeiramente sustentável, podendo criar valor acrescentado para o país. Ainda estamos longe das metas definidas, e o panorama em que estamos inseridos continua a colocar-nos sérios desafios.

Mas os resultados são animadores…

Estamos perto da linha de água. a taag apresentou demonstrações financeiras em moeda oficial, o kwanza, e tal como as demais empresas que operam no mercado internacional e com uma estrutura de custos em moeda forte ou indexada, elaborou, em simultâneo, demonstrações financeiras usando o dólar americano.

Não obstante o resultado em dólares não ser ainda positivo, revela uma recuperação de 56% face ao exercício de 2019 e um brutal esforço de redução de custos na ordem dos 114 milhões de dólares. o ano 2022 não deixa de representar um marco histórico para a taag, pois, mesmo em dólares, apresentámos o ebit ex-fuel (lucros antes de juros e impostos ex-fuel) positivo em 76 milhões de dólares contra prejuízos registados de 65 milhões em 2019.

Essa evolução do resultado operacional do exercício de 2022 corrobora com a viabilidade do plano de reestruturação e transformação que tem sido seguido pela equipa de gestão. Resulta do efeito combinado de uma estratégia sólida que contempla o crescimento e a actividade comercial na operação de passageiros e carga, simultaneamente, com uma austeridade no controlo de custos e renegociação dos contratos.

Há resultados desta renegociação?

Traduziu-se em ganhos com perdões de dívida de 31 milhões de dólares, benefício esse incluído nos Ganhos Extraordinários mencionado no Relatório & Contas.

Com esta evolução, perspectiva a TAAG ter resultados positivos em USD antes de 2024, como estimou o CEO numa entrevista à E&M, dada em Setembro de 2022?

A continuarmos com este desempenho, penso que sim. Há que realçar, porém, que o relatório do auditor independente chama a atenção para a necessidade do apoio accionista no processo de recapitalização e restruturação financeira da empresa, sendo esse apoio fundamental para que possamos alcançar essa meta. É indispensável a injecção de recursos por parte do Governo, para fazer face aos actuais níveis de endividamento. Temos trabalhado com os accionistas e com os Ministérios dos Transportes e Finanças, a fim de conseguirmos um esforço global de saneamento do balanço e capitalização. Temos a certeza de que, em breve, esse esforço se irá materializar e irá ser do domínio publico. Estamos num contexto de restrições e austeridade orçamental e de prudência na utilização dos recursos públicos e, por isso, valorizamos o esforço que será feito pelo Governo.

A carga, por declarações do CEO na entrevista já referida à E&M, era considerada parte importante da recapitalização da companhia. Previa-se com o negócio da carga que se alcançasse um EBITA na ordem dos 1000 milhões de dólares em dois anos …

Temos sido engenhosos na busca de soluções para a arrecadação de recitas, de forma menos cara, mas mais eficiente. por vezes, são soluções não-convencionais. O cargo ligth é um exemplo disso.

Há que reconhecer o papel que a carga teve em todo este processo. As operações de carga apresentaram, 2022, um crescimento superior a 200% relativo a níveis de 2019. A TAAG não é a única companhia a apostar de forma forte no negócio da carga.

O mercado global de carga tem estado no centro das atenções desde o surto pandémico, com elevadas taxas de utilização e rendimentos que tornam o negócio muito atrativo. Sabe-se que o transporte de carga em aviões não-convencionais foi feito durante a pandemia para dar suporte a este segmento que evidenciou uma demanda significativa. Houve um aumento da percentagem de mercadorias de correio eletrónico e outras sensíveis aos tempos de entrega.

Trata-se de um nicho de mercado que nos trouxe e poderá continuar a trazer receita significativa. esse quadro justifica plenamente a nossa aposta e atenção a este tipo de operação.

E & M

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