A Presidente do Conselho de Administração do BCI, Zenaida Zumbi, finalmente veio a público, passados quase três semanas, esclarecer a alegação que dá conta que a responsável terá acedido a um crédito de pouco mais de 400 milhões de kuanzas do BCI facto que a Lei condena.
Durante uma entrevista ao Jornal de Angola, publicada no dia 12 do corrente, a PCA disse que no seu caso foram observados os normativos e as boas práticas bancárias internacionalmente aceites.
Zenaida Zumbi esclareceu que ” a Presidente do Conselho de Administração tem direito a contrair crédito social na instituição, ao abrigo das normas estatuídas pelo regulador e das existentes no Banco. Como é evidente, tem também a obrigação de cumprir as regras e procedimentos estatuídos na instituição.”
Questionada se o banco continua a conceder crédito, a responsável respondeu positivamente, porém, explica que “implementamos maior rigor na análise, concessão e acompanhamento do crédito, garantindo uma melhor gestão do risco de crédito.”
“O crédito social no banco” prossegue a PCA “obedece às respectivas políticas em vigor e em consonância com a legislação bancária, sem descurar a taxa de esforço exigida e cumprimento dos demais requisitos e procedimentos internos definidos para o efeito.”
Zenaida Zumbi diz ainda que a análise, concessão e aprovação do crédito é feita de forma transparente e independente pelas áreas intervenientes no processo, sendo que o solicitante não tem intervenção na análise do crédito e nem no comité.
CRIAÇÃO DE COMISSÃO DE INQUÉRITO PARA AFERIR A FUGA DOS DOCUMENTOS
O Banco de Comercio e Industria (BCI) já criou uma comissão de inquérito que está a ser coordenada por um dos membros do Conselho de Administração, com o objectivo de investigar a fuga de documentos sobre um crédito de 420 milhões de kwanzas acedido pela PCA do próprio banco, Zenaida Gertrudes dos Santos Ramos Zumbi.
Todavia, esta medida está a dividir o colectivo de funcionários do banco. Sendo que uns defendem a presença da Inspecção Geral da Administração do Estado no sentido de aferir a a actuação do Comité de Auditoria do BCI para a concepção de credito a PCA.
Por conseguinte, outros funcionários são de opinião que independentemente de ter ocorrido alguma irregularidade ou favoritismo na operação, o banco tomou como grave, a fuga de documentos provocando um clima de crise reputacional à instituição.