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Petróleo Brent ultrapassa barreira dos 90 dólares pela primeira vez em 2023

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O barril de Brent, fundamental no negócio do crude angolano, subiu  para valores que não se viam desde 17 de Novembro de 2022, reagindo de forma violenta à decisão da Arábia Saudita e da Rússia em prolongar mais que o esperado os cortes na produção. notícia foi conhecida esta tarde e a reacção dos mercados não se fez esperar.

Os governos saudita e russo optaram por prolongar os cortes nas respectivas produções, somando em 1,3 milhões de barris por dia (mbpd) a menos, até ao final do ano, quando os analistas esperavam que esta decisão não excedesse o mês de Outubro.

Com menos 1 mbpd dos sauditas e 300 mil bpd dos russos, os mercados mundiais ficam ainda mais curtos na resposta à procura global que, apesar dos problemas oriundas da China, o maior importador planetário, tem vindo a ganhar tracção, estando acima dos números pré-pandemia da Covid-19, a rondar a casa dos 103 mbpd. E assim, perto das 15:40 de terça-feira, hora de Luanda, o barril de Brent estava a valer 90,13 USD, mais 1,26 que no fecho de segunda-feira.

O anúncio de que a Arábia Saudita vai prolongar os cortes de produção até ao final do ano impulsionou o preço do barril de petróleo Brent para entrega em Novembro.

Riade começou a retirar do mercado um milhão de barris por dia em Julho, com o objectivo de limitar a oferta global e assim estimular os preços do petróleo bruto, uma estratégia que dura mais tempo do que o mercado esperava e ameaça reavivar os receios sobre a inflação.

Situação vista de Luanda

Para Angola, que é um dos produtores e exportadores que mais dependem da matéria-prima em todo o mundo, devido à escassa diversificação económica, esta consolidação dos preços do Brent acima dos 90 USD é uma excelente notícia, porque permite diluir os efeitos devastadores da crise cambial e gera superavit face ao valor de 75 USD por barril com que foi elaborado o OGE 2023. Se continuar assim por muito tempo, as consequências podem ser bastante positivas porque o sector petrolífero continuará a gerar superavit que serve ao Governo para investir além do básico. E os riscos de subfinanciamento do Estado face aos compromissos assumidos no OGE, podem ser reduzidos, devido ao papel insubstituível, para já, das receitas petrolíferas no PIB.

O petróleo representa hoje, ainda, mais de 90% das suas exportações, corresponde até 35% do PIB e garante cerca de 60% dos gastos de funcionamento do Estado. Aliás, o Governo de João Lourenço tem ainda como motivo de preocupação uma continuada redução da produção de petróleo, que se estima que seja na ordem dos 20% na próxima década, estando actualmente pouco acima dos 1,1 milhões de barris por dia (mbpd), muito longe do seu máximo histórico de 1,8 mbpd em 2008.

Por detrás desta quebra, entre outros factores, o desinvestimento em toda a extensão do sector, deste a pesquisa à manutenção, quando se sabe que o offshore nacional, com os campos a funcionar, está em declínio há vários anos devido ao seu envelhecimento, ou seja, devido à sua perda de crude para extrair e as multinacionais não estão a demonstrar o interesse das últimas décadas em apostar no país.

A questão da urgente transição energética, devido às alterações climáticas, com os combustíveis fosseis a serem os maus da fita, é outro factor que está a esfumar a importância do sector petrolífero em Angola.

JA

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