Os generais Le­o­pol­di­no do Nas­ci­men­to “Dino” e Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” serão ouvidos a 13 e 14 deste mês, na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), tutelada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O porta-voz da PGR, Álvaro João, confirmou o adiamento do interrogatório, inicialmente agendado para esta terça-feira, sem esclarecer as razões.

Conforme aquele órgão judicial, existem “fortes indícios” de que os dois generais “te­nham beneficiado dos negócios do Estado angolano com a empresa China International Fund (CIF)”.

De acordo com o Jornal de Angola, que cita uma fonte da PGR, terão “beneficiado dos contratos que o Estado celebrou com o CIF, no âmbito do extinto Gabinete de Reconstrução Nacional”.

À época, Leopoldino do Nascimento era o antigo chefe das Comunicações do ex -Presidente José Eduardo dos Santos, e Hélder Vieira Dias Júnior ex-ministro de Estado e chefe da Casa Militar (actual Casa de Segurança), também na governação de José Eduardo dos Santos.

Ambos gozam de imunidades e não podem ser presos, preventivamente, antes do despacho de pronúncia, na fase de instrução contraditória.

Segundo a Lei angolana, os oficiais generais das Forças Armadas Angolanas (FAA) e comissários da Polícia Nacional (PN) não podem ser presos sem culpa formada, excepto se em flagrante delito, por crime doloso, punível com pena de prisão superior a dois anos.

A audição dos dois antigos colaboradores de José Eduardo dos Santos na DNIAP enquadra-se na estratégia de combate à corrupção em Angola, que constituiu a bandeira do mandato do Presidente João Lourenço (2017/2022).

No âmbito desta estratégia, várias figuras mediáticas e antigos servidores do Estado têm sido investigadas pela justiça, sendo que alguns já foram condenados, por práticas de peculato, branqueamento de capitais e outros crimes.

Angop