A directora interina da Escola de Formação de Técnicos de Saúde do Lubango, Deolinda Lélis, 51 anos, e a sócio-gerente da empresa Gosplan-Serviços e Comércio, Teresa Nebrasca, 45 anos, foram detidas, pelas autoridades judiciais, acusadas de descaminho de dinheiro que lesou o Estado angolano.
“Está em causa um montante estimado em 243 milhões de kwanzas, alocados pelo Estado, no âmbito da materialização dos programas de Combate à Pobreza, de Investimentos Públicos e do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), a serem apurados em sede da instrução”, disse o procurador-geral da República na Huíla, Gabriel Custódio.
Gabriel Custódio explicou que a detenção preventiva das duas mulheres tem a ver com a acusação do Ministério Público (MP) de peculato, associação criminosa, participação económica em negócios e tráfico de influências.
Ao se referir concretamente sobre a directora interina da Escola de Formação de Técnicos de Saúde do Lubango, Deolinda Lélis, o magistrado do Ministério Público disse que constam também crimes de violação de normas de execução do orçamento e branqueamento de capitais.
“O uso de fundos públicos com destino diferente daquele para o qual o valor foi alocado consta da acusação”, disse, tendo reafirmado que decorrem acções para apurar a quantia exacta a ser divulgada em tempo oportuno.
Acrescentou que os valores desviados foram cabimentados com o propósito de cobrirem diversos serviços no estabelecimento de ensino de enfermeiros, assim como o uso pessoal indevido de uma viatura pertencente a escola.
Segundo o procurador-geral da República na Huíla, a detenção de Teresa Nebrasca aconteceu na semana finda, na província de Luanda, onde residia, sob mandato de captura, no âmbito do processo que envolve o director municipal de Infra-Estruturas, Ordenamento do Território e Habitação da Administração do Lubango, Tchitengueleka Huambo.