O comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, pediu ontem desculpas à família de Juliana Cafrique, 28 anos, (foto destaque – esposa e filhos) e à sociedade, vítima mortal de um disparo de arma de fogo, protagonizado por um agente da corporação, no final da tarde de terça-feira, no Rocha Pinto, em Luanda.

Comissário-geral da PN, Paulo de Almeida

 

Paulo de Almeida, que falava em exclusivo ao Jornal de Angola, garantiu que o agente, que disparou contra a vendedora ambulante, está já detido e foi submetido a um processo disciplinar e criminal, que “poderá culminar com o seu afastamento da corporação, por má conduta”. 

 

 

O responsável da Polícia Nacional admitiu que “o agente da corporação falhou durante a sua actuação” e nunca deveria utilizar a arma de fogo diante de uma cidadã indefesa.

“Sempre aconselhamos os nossos efectivos, que em caso de os cidadãos que fazem a venda ambulante estiverem a prejudicar o trânsito e afectar a ordem pública, devem somente aconselhar para se retirarem dos locais, de forma pedagógica, evitando usar a arma de fogo”.

 
Para o comandante-geral da Polícia Nacional, foi um acto repugnante, tendo anunciado a tomada de medidas punitivas ao agente e à equipa em serviço, bem como ao responsável que mandatou a patrulha para realizar trabalhos naquela área.

  • Segundo Paulo de Almeida, o agente da corporação não teve profissionalismo ao lidar com a situação, que deveria ser de forma pacífica, sustentando que “não houve motivo suficiente para recorrer ao uso da arma de fogo”.

Os efectivos que efectuavam patrulhamento auto trabalhavam em apoio aos agentes da Fiscalização que tentavam dissuadir a venda ambulante na via pública que, segundo relatos, prejudicava a normal circulação de viaturas e pessoas na via pública.

Durante a abordagem feita, as vendedoras reagiram mal, provocando uma certa discussão, que envolveu outros cidadãos, levando o agente a efectuar disparos que atingiram mortalmente a mulher.

Paulo de Almeida garantiu o apoio da Polícia Nacional com meios logísticos para o óbito e o funeral da vítima.

JA