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Por que a igualdade de género pode salvar a economia?

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Diversos estudos já mostraram como a igualdade de género ajudaria a economia mundial. Porém, já parou para pensar no motivo? A resposta pode estar na maneira que a economia moderna foi construída: sem considerar as mulheres.

Para entender, precisamos voltar um pouco no tempo. Adam Smith é considerado por muitos como o pai da economia moderna – provavelmente já ouviu falar sobre algumas de suas teorias, como a “mão invisível” do mercado.

Para provar seus pensamentos, ele fez a seguinte pergunta: “Como você consegue seu jantar?”. Smith afirma que é o interesse pessoal do açougueiro – no caso, sua vontade de lucrar – que faz a carne chegar à sua mesa.

No entanto, o pensador esqueceu de uma parte importante da equação: era sua mãe quem preparava o bife.

Este é o ponto de partida do livro “O Lado Invisível da Economia: Uma Visão Feminista”, da jornalista económica sueca Katrine Marçal.  A jornalista aponta que apenas o trabalho tradicionalmente executado por homens definiu a visão de mundo económico.

Não é por um acaso que o título original é “Who Cooked Adam Smith’s Dinner?” – em tradução livre, “Quem Cozinhou o Jantar do Adam Smith?”. O economista nunca se casou e viveu com a mãe a maior parte de sua vida, dependendo dela para lhe dar suporte e cuidado.

O trabalho invisível

Na época em que Smith desenvolvia a sua obra, para que o açougueiro pudesse trabalhar, as esposas, mães e irmãs cuidavam das crianças, limpavam a casa e cuidavam de todo trabalho que o mercado até hoje não considera como “actividade produtiva”. “É tudo o que o homem não faz, mas de que depende para poder fazer o que faz”, define em um trecho do livro.

A economia como conhecemos hoje – e as teorias económicas – foi baseada neste conceito do humano que guia suas acções pelo interesse próprio e egoísmo, usando a razão para maximizar seus lucros – o homo economicus ou “homem económico”. Ele é um modelo de comportamento e consciência que, em tese, existiria em todos nós.

Entretanto, ao desenhar este arquétipo, não se considerou o trabalho invisível das mulheres. Aliás, até hoje o trabalho não remunerado executado por mulheres no mundo inteiro não entra na conta quando especialistas desenham o cenário económico, nem no cálculo do PIB.

“Se quisermos um retrato completo da economia, não podemos ignorar o que metade da população faz durante metade do tempo”, afirma a autora. Para que se tenha ideia, de acordo com o livro, dados da agência de estatísticas nacionais do Canadá apontam que o valor do trabalho não remunerado no país variava de 30,6% a 41,4% do PIB.

Será que o homo economicus seria diferente se as mulheres tivessem sido consideradas nessa equação? E será que isso teria levado a economia mundial a outro rumo? Para Katrina, esses factores seriam decisivos até mesmo para diminuir a desigualdade social e de género, permitindo uma outra abordagem a problemas económicos mundiais, como a crise de 2008.

UOL

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