A jornalista luso angolana do canal televisivo português CMTV, Tânia Laranjo, fez um post na Internet, na passada quinta-feira, 28, no qual compara dois deputados portugueses com ascendência afro com a Black Friday cujos efeitos mediáticos, pelo menos no digital, até então eram imprevisíveis.

Trata-se dos deputados Joacine Katar Moreira do Partido Livre e do ex-assessor do Bloco de Esquerda, Mamadou Ba.

A jornalista está a ser duramente criticada na sequência deste seu post em formato de Meme nas redes sociais, chegando mesmo a gerar debates acesos.

O jornalista angolano Ismael Mateus fez um post onde supostamente refere-se aos políticos portugueses que “fartam-se de se envolver nas makas (problemas) internas dos nossos países sob o pretexto de defesa dos direitos humanos e depois dão como exemplo essa pouca vergonha de racismo e xenofobia”.

Contrária ao posicionamento do jornalista angolano, a jornalista angolana, Ana Maria Simões, comentou o post de Ismael Mateus, durante uma tertúlia entre ambos, disse que o que está implícito no post de Tânia Laranjo é o “desabar de expectativas sem precedentes na política portuguesa, até pelo curto espaço de tempo, e, quero acreditar, não tem nada a ver com questões de pele, mas com voluntarismo, falta de preparação e, até, alguma arrogância

É disso que estamos a falar”, remata Ana Maria Simões.

Por seu turno, o analista e ex político português, Daniel de Oliveira, que também já mostrou algum antagonismo em relação as ideias defendidas pela deputada única do Livre, criticou o post de Laranjo na sua página do Twitter, recordando-a de que,

“O jornalista deve rejeitar o tratamento discriminatório das pessoas em função da ascendência, cor, etnia, língua, território de origem…” Código Deontológico dos Jornalistas

Acontece que o post da jornalista gerou duas correntes de opiniões no espaço público. Uma que defende que a posição da jornalista tem conotação racial e a outra que se revela frustrada pelo fraco desempenho dos deputados.

Contudo, é notória a convergência de opiniões na imprensa portuguesa a dar no batente da frustração dos eleitores, inexperiência e falta de bom senso, da deputada única do Livre, Joacine Katar Moreira.

A jornalista Tânia Laranjo voltou, mais tarde, ao activo à sua conta pessoal do Instagram e deixou bem explícito o seu ponto de vista.

«Não há paciência para gente anormal. Sou angolana, branca. Tenho na minha família, angolanos pretos. Temos todos sentidos de humor. É uma cena que não tem a ver com a cor da pele. Tem a ver com a inteligência. PS. Atacar o André ventura é democracia. Publicar uma imagem com uma piada da deputada do Livre é racismo. Acho que muitos precisam de aulas de democracia», disse Tânia Laranjo