Depois do início da venda das centralidades em 2013, João Lourenço anunciou o fim da construção destas habitações com dinheiros públicos.
O Governo vai deixar de construir centralidades futuramente, ficando apenas com a construção de casas sociais e a criação de condições para a auto- -construção.
A informação foi avançada esta semana pelo Presidente da República durante a inauguração da primeira fase da centralidade Teresa Afonso Gomes, na província do Bengo. “O que chamamos de centralidades não são propriamente habitação social, portanto, há de chegar o momento, e não está muito longe, em que o Estado vai deixar de construir centralidades”, disse João Lourenço.
Sem avançar um período concreto para concretização desta pretensão, o Chefe do Executivo explicou que apesar do anúncio do fim da construção de centralidades, ainda vão ser concluídas as que já estão anunciadas em algumas províncias do País.
“Há umas que já foram anunciadas, vamos manter o compromisso de construir. São os casos do Cuanza Norte, Malange, Mbanza Congo, Soyo e Cabinda. Mas depois disso não haverá centralidades para mais ninguém”, garantiu o Presidente da República.
Para João Lourenço, a responsabilidade do Estado no sector é criar políticas que facilitem a construção de habitação. Políticas que, por exemplo, tornem mais baratos os materiais de construção, de preferência produzidos localmente, e construir a chamada habitação social, que não são propriamente as centralidades.
“Portanto, o Estado vai fazer aquilo que lhe compete, que é construir habitação social e criar políticas para incentivar o sector privado nacional e estrangeiro a construir casas para venda, aluguer. E que surjam também cooperativas de habitação, bem como preparar e infraestruturar talhões, para a chamada auto- -construção”, defendeu.
O presidente da República considera também que a questão da habitação é da responsabilidade de vários actores. “Deve haver outros actores do sector privado, cooperativo, cidadãos, cooperativas, assim como os homens de negócios de outras áreas, desde que queiram também investir neste sector construindo habitação para e venda e arrendamento”.
O anúncio da saída do Governo da construção de centralidades peca por tardia, segundo o presidente da Associação dos Profissionais Imobiliários de Angola, que espera agora melhores momentos com a banca no financiamento a construção de habitações.
“Aplaudimos esta medida que já deveria ser tomada antes. Com este pronunciamento do Presidente da República o sector privado deve assumir a construção de habitações, por isso esperamos que a banca tenha agora outra postura a nível de financiamentos”, defendeu Massada Culembala, em entrevista à LAC.
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