Depois de um excelente resultado em 2020, em que o resultado líquido do sector ultrapassou os 21 mil milhões Kz, este ano o lucro do mercado “encolheu” 19% face a 17 mil milhões Kz, de acordo com o relatório do mercado publicado pela (ARSEG). Isto apesar dos prémios terem aumentado.
A redução dos lucros das seguradoras do mercado é justificada por vários factores e entre elas, de acordo com o César Marcelino, director Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) da ARSEG, a conjuntura económica do País e a rentabilidade negativa que os investimentos apresentaram que estão indexados à moeda estrangeira com apreciação do kwanza.
“As seguradoras estão inseridas no circuito económico nacional e portanto, toda e qualquer empresa foi adversa quando relacionado ao ano de 2021 porque vimos todas as economias mundiais a ressentir-se muito do impacto da pandemia Covid-19 e de outros impactos”, explica.
Recorde-se que a moeda nacional apreciou em 2021, quebrando um ciclo de forte desvalorização iniciado em 2018 com a alteração à política cambial, que visou flexibilizar a taxa de câmbio. Estamos a falar de valorizações de quase 30% face ao dólar, o que significa que os rendimentos dos investimentos em moeda estrangeira, uma vez que as contas são apresentadas em kwanzas, baixaram bastante.
A confirmar este dado, lembrar que aos ganhos líquidos realizados em investimentos do sector caiu para menos de metade, passando de 5,23 mil milhões kz em 2020 para 2,6 mil milhões kz em 2021.
Interessante também olhar para aquilo que é a carteira de investimentos do sector segurador. Os dados da ARSEG mostram que os imóveis continuam a ser o canal preferencial de investimento das seguradoras, uma percentagem que tem vindo a baixar, em 2019 valia 53,79% do total e fechou o ano de 2021 com 45,46%.
O segundo canal mais procurado pelas empresas são os títulos de rendimento fixo, estamos a falar de títulos da dívida pública, sendo que aqui se assiste a um fenómeno interessante, com a queda das taxas de remuneração de curto e médio prazo, as seguradoras estão hoje a aumentar a sua participação em títulos de longa duração, que se apresentam mais atractivos.
Também aumentou bastante o percentual dos depósitos em instituições de crédito, passou de 14,29% em 2019 para 24,90 em 2021, sendo que o sector segurador tem hoje mais de 44 mil milhões kz em depósitos a prazo na banca comercial.
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