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Presidente do Equador disse que asilo à Assange é “um aborrecimento”

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Lenin Moreno insistiu que o Equador pretende obter uma mediação de “alguém importante” para resolver a situação do fundador da WikiLeaks

Presidente equatoriano, Lenin Moreno, declarou no domingo que o asilo atribuído ao fundador da WikiLeaks, Julian Assange, pela embaixada do Equador em Londres desde 2012 é “um problema herdado” que constitui “mais que um aborrecimento”.

“Esperamos alcançar a curto prazo um resultado positivo neste ponto, que, sim, nos causa mais que um aborrecimento”, afirmou o chefe de Estado durante uma entrevista com três canais de televisão locais.

Moreno insistiu que o Equador pretende obter uma mediação de “alguém importante” para resolver a situação de Assange, mas não indicou quem poderá, na sua opinião, envolver-se nesta tarefa.

Temendo a extradição para a Suécia por uma alegada violação que ele negou, Julian Assange, um australiano de 46 anos, encontrou asilo em 2012 na embaixada do Equador em Londres.

O Equador era, então, presidido por Rafael Correa, uma grande figura da esquerda sul-americana, que provocou Washington ao conceder asilo ao fundador da WikiLeaks.

O Ministério Público sueco rejeitou depois o caso de violação, mas Assange receia ser preso se sair da embaixada do Equador, e então extraditado e julgado nos Estados Unidos devido à publicação, pela página da internet WikiLeaks, em 2010, de segredos militares e documentos diplomáticos dos EUA.

O Equador anunciou na semana passada que atribuiu em dezembro a nacionalidade equatoriana a Julian Assange e que Quito pediu a Londres que lhe reconheça estatuto diplomático, o que lhe permitiria sair da embaixada sem ser preso pela polícia britânica.

No entanto, o Reino Unido recusou atribuir este estatuto.

A polícia britânica disse que prenderá Assange se ele sair da embaixada, porque em 2012 ele não respeitou as condições da liberdade condicional que lhe havia sido concedida.

O Presidente equatoriano lamentou que Londres não tenha aceitado o estatuto diplomático.

“Isso teria sido um bom resultado. Infelizmente, as coisas não se passaram como a ministra dos Negócios Estrangeiros tinha planeado, e o problema mantém-se”, declarou Moreno.

A chefe da diplomacia do Equador, Maria Fernanda Espinosa, confirmou que o seu país manteria o asilo concedido a Julian Assange por Rafael Correa, que agora se tornou um inimigo político do seu ex-aliado Lenin Moreno.

 Expresso
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