O recém designado presidente provisório do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, ofereceu nesta terça-feira uma anistia de três meses para quem devolver dinheiro público obtido irregularmente e enviado ao exterior durante o mandato de seu antecessor, Robert Mugabe.
O Presidente do Zimbabwe assumiu o cargo na última sexta-feira. Mnangagwa argumentou que a operação lançada pelos militares há duas semanas contra o governo de Mugabe revelou provas de corrupção em massa.
Os altos comandantes dizem que a operação tinha como objetivo capturar “criminosos” próximos ao antigo líder.
Mnangagwa declarou que, em alguns casos, “grandes quantias de dinheiro e outros ativos foram ilegalmente enviados ao exterior por certos indivíduos e corporações”.
“Más práticas como estas constituem crimes econômicos muito sérios contra o povo do Zimbabwe que o governo nunca consentirá”, acrescentou o presidente.
O Presidente do Zimbabwe apontou que se o dinheiro for devolvido antes do fim de fevereiro, não serão feitas perguntas nem acusações.
No seu comunicado, Mnangagwa não citou nomes nem esclareceu se a amnistia também vale para membros da família Mugabe. Estes ostentavam grande riqueza antes da tomada do controle do país por parte dos militares.
Com a renúncia a renúncia do ex-presidente a 37 anos no poder, Mnangagwa assume a presidência. Uma das suas primeiras promessas é actuar contra a corrupção e melhorar a eficiência do governo.
Emmerson Mnangagwa anunciou o encurtamento da duração do congresso que seu partido, a União Africana Nacional de Zimbabwe-Frente Patriótica (ZANU-PF), deve realizar em dezembro. O congresso terá um custo estimado de US$ 8 milhões.
Enquanto isso, há uma grande expectativa quanto ao iminente anúncio de um novo gabinete de ministros para substituir o de Mugabe. Existe a esperança de que sejam incluídos membros da oposição ou tecnocratas que não façam parte do oficialismo.
Exame Brasil