O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, terá aprovado “pessoalmente” a detenção de Evan Gershkovich, o jornalista norte-americano do Wall Street Journal, detido e acusado de espionagem, desde o dia 29 de Março.
A informação foi revelada pela Bloomberg, que aponta que a detenção do jornalista de 31 anos, mostra a influência dos membros mais radicais do Kremlin, que pressionam o chefe de Estado no sentido de um confronto com os Estados Unidos.
Recorde-se que o repórter foi detido pelos Serviços de Segurança Russos (FSB) durante uma reportagem em Yekaterinburg, nos Urais, tendo sido acusado de recolher informações sobre a indústria de Defesa.
Os Estados Unidos e o Wall Street Journal rejeitaram as acusações de espionagem e apelaram à Rússia para libertar o jornalista, que é um cidadão norte-americano de origem russa.
O jornalista, por seu turno, negou categoricamente todas as acusações que recaem sobre si, assegurando que as suas actividades na Rússia eram jornalísticas, segundo disse a agência russa TASS, citando uma fonte anónima das forças de segurança.
Gershkovich está a ser processado ao abrigo do artigo 276.º do código penal russo, uma acusação que implica uma pena de prisão de 20 anos.
Ainda que o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, tenha garantindo que a decisão foi tomada pelo FSB e não por Putin, Washington acusou repetidamente Moscovo de prender arbitrariamente norte-americanos, para os utilizar como moeda de troca para recuperar os russos detidos nos Estados Unidos.
No entanto, lançada a 24 de Fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.490 civis desde o início da guerra e 14.244 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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