Processo-crime contra Zenu e sócio a caminho do tribunal

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José Filomeno dos Santos, antigo PCA do FSA,

A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai introduzir em juízo, nos próximos 10 dias, o processo-crime que visa o antigo presidente do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), José Filomeno dos Santos, e o seu sócio Jean-Claude de Morais Bastos.

A informação foi avançada hoje (quinta-feira), pela directora nacional de prevenção e combate à corrupção, Inocência Pinto, que disse tratar-se do processo relativo à gestão dos activos do FSDEA.

Numa entrevista exclusiva à ANGOP, cuja íntegra será divulgada nos próximos dias, a magistrada informou estar praticamente concluída a fase de instrução deste processo contra os dois arguidos, que se encontram presos preventivamente, em Luanda.

Não tarda, creio, estará já na fase judicial o processo que visa o cidadão Jean-Claude e o cidadão José Filomeno dos Santos. A acusação já está praticamente concluída e espera apenas de ser introduzida em juízo, dentro dos próximos dez dias“, afirmou.

Acusação

O ex-presidente do conselho de administração do FSDEA é acusado das práticas de associação criminosa, tráfico de influência e branqueamento de capitais, crimes alegadamente praticados enquanto gestor máximo do fundo, constituído em 2012.

É ainda acusado de recebimento indevido de vantagem, corrupção e participação económica em negócios (puníveis ao abrigo da Lei n. 3/14, de 10 de Fevereiro, sobre Criminalização de Infracções Subjacentes ao Branqueamento de Capitais), além dos crimes de peculato e burla por defraudação.

Além deste processo, referente a actos de gestão do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos e o seu sócio são acusados de outro crime referente à burla de USD 500 milhões.

Em causa está a autorização de uma transferência de USD 500 milhões, de Angola para o Reino Unido, como parte da criação de um avultado fundo de investimento estratégico para o país, na ordem dos 30 mil milhões de dólares.

Caso Augusto Tomás já em juízo

Durante a entrevista exclusiva à Angop, a directora nacional de prevenção e combate à corrupção deu a conhecer, igualmente, que “já foi deduzida a acusação pública” contra o antigo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, também preso preventivamente.

O processo já foi introduzido em juízo“, sublinhou, sem avançar mais detalhes.

Augusto Tomás foi detido como resultado de uma medida de coacção pessoal, aplicada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por indícios de crimes de peculato e corrupção na gestão do Conselho Nacional de Carregadores (CNC).

Pesam sobre o ex-ministro indícios dos crimes de branqueamento de capitais e outros.  

O processo-crime 23/18-DNIAP correu os seus trâmites legais na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal, relacionada ao caso que investiga actos de gestão do Conselho Nacional de Carregadores, afecto ao Ministério dos Transportes.

Os crimes estão previstos e são puníveis pelo Código Penal e à luz da Lei 03/14, de 10 de Fevereiro – Lei sobre a Criminalização das Infracções subjacentes ao branqueamento de capitais.

Nos termos das disposições da Lei 25/15 de 18 de Setembro – Lei das Medidas Cautelares em Processo Penal, foi decretada também a medida de coação pessoal de prisão preventiva a Rui Manuel Moita, ex-director geral adjunto para área Técnica do Conselho Nacional de Carregadores.

Angop