Pela terceira semana seguida, centenas de cidadãos voltaram a sair às ruas de Luanda para protestar contra a subida do preço dos combustíveis e o consequente agravamento das tarifas dos transportes públicos.
A manifestação deste sábado teve início no Cemitério da Santa Ana, ao contrário das anteriores que partiram do Mercado do São Paulo.
O destino da marcha era, mais uma vez, o Largo 1.º de Maio, mas a Polícia Nacional (PN) bloqueou o percurso nas imediações, impedindo os manifestantes de concluir o trajecto. Apesar do bloqueio, não foram registados actos de violência por parte das forças da ordem, segundo constatou o Novo Jornal no local.
A iniciativa foi organizada por activistas ligados ao grupo “Sociedade Civil Contestatária”, que já tinha promovido duas manifestações este mês. A organização agradeceu a todos os que aderiram ao protesto e sublinhou que os participantes se mantiveram pacíficos, mesmo diante da acção policial.
“As autoridades voltaram a impedir que o manifesto fosse lido no local previsto, mas agradecemos à população por não ceder às provocações”, declarou um dos porta-vozes do grupo.
A Avenida Deolinda Rodrigues foi parcialmente interditada entre o Largo 1.º de Maio e o Viaduto da Unidade Operativa de Luanda, obrigando centenas de cidadãos a deslocarem-se a pé até à paragem de táxi dos Congoleses, gerando transtornos no trânsito e na mobilidade urbana.
Além da exigência de rever os aumentos no preço do combustível, os organizadores exigem também a libertação do activista Osvaldo Caholo, detido no sábado anterior pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), acusado de indícios de incitação à violência e rebelião.
“As manifestações vão continuar enquanto os preços não forem revistos e os nossos direitos forem ignorados”, concluiu a organização.
CD/NJ