As províncias do Cunene, Cuando Cubango, Moxico e Lundas Norte e Sul continuam a ser as que apresentam as maiores taxas de prevalência de VIH/Sida no país, informou ontem o presidente da Rede Angolana de Serviços de Sida (ANASO).
António Coelho refere que nestas províncias a epidemia está concentrada em áreas urbanas, com uma taxa superior a 4%. “Angola tem actualmente 36 mil crianças e 190 mulheres infectadas com VIH”, destacou.
Com base nas estimativas apresentadas em 2021, a prevalência de infecção da doença tende a afectar mais a faixa etária dos 15 aos 39 anos. “
O presidente da ANASO adiantou ainda que os anti-retrovirais continuam a ser gratuitos, “mas apenas 45 por cento das pessoas fazem o tratamento, sendo que 48 por cento abandonam o mesmo”. “Muitas pessoas iniciam o tratamento da doença e depois desistem, fundamentalmente por falta de apoio social”, disse.
A pobreza, adiantou, o saneamento básico e o analfabetismo são as grandes preocupações da população e contribuem bastante para o aumento de novos casos em Angola.
“Diariamente ocorrem uma média de 20 novas infecções por VIH, entre os adolescentes e jovens dos 15 aos 24 anos”.
De 29 de Julho a 2 de Agosto deste ano, foi realizada a Conferência Internacional sobre VIH/Sida, no Canadá, em que os líderes mundiais foram encorajados a dar vida para uma “Aliança Global” capaz de acabar com a doença, especialmente entre as crianças.
Como um dos participantes, António Coelho exortou os governantes a aumentarem, urgentemente o financiamento no combate ao Sida. “As recomendações saídas desta conferência devem ser aplicadas na prática, pois a liderança política é importante para acabar com esta epidemia e salvar milhões de pessoas”, aconselhou.
JA