Os 15% das receitas provenientes da exploração de diamantes que a lei impõe que fiquem nas províncias diamantíferas angolanas não são suficientes para acabar com a extrema pobreza em que as populações vivem, defende a UNITA.

O porta-voz do partido do “Galo Negro”, Alcides Sakala, disse hoje ao NJOnline que as populações da região leste do país vivem em extrema pobreza e miséria, não obstante beneciarem 15 por cento das receitas de diamantes ali produzidos, explicando que esse foi um dos temas que o presidente do partido, Isaías Samakuva, levou para o encontro que realizou ontem com o Presidente da República, na Cidade Alta.

“O périplo que o presidente Isaías Samakuva efectuou às províncias do Moxico, Lunda Norte e Lunda Sul e Kuando Kubango, deu para ver as dificuldades porque passam grande maioria dos cidadãos do leste do País”, sublinhou Alcides Sakala.

Os habitantes destas províncias, acrescentou Sakala, que estão enquadrados no grupo das regiões menos desenvolvidas de Angola, “vivem imensas diculdades como falta de habitações condignas, saneamento básico, água potável e electricidade, hospitais sem medicamentos…”.

De acordo com Sakala, passados 17 anos de paz, o conflito armado não pode continuar a ser apontado como causa principal para o elevado índice de pobreza que caracteriza as populações do leste de Angola.

“A pobreza está misturada com a miséria, nestas províncias produtoras de diamantes”, lamentou, salientando que foi essa “triste realidade” que o líder da UNITA transmitiu ontem, ao Presidente da República, João Lourenço.

De acordo com o deputado, a realização de eleições autárquicas em todos os municípios do País poderia ajudar a corrigir as assimetrias regionais que existem em Angola e são especialmente salientes nas províncias do leste, onde, coincidentemente, ocorre a exploração diamantífera.