O secretário-geral da Zona de Livre Comércio Continental Africana, Wamkele Mene, pediu aos ministros do Comércio que reduzam a zero as tarifas alfandegárias sobre alimentos básicos para combater a crise alimentar em África.
O responsável que discursava esta semana à margem do I fórum de comércio e investimento afro-caribenho, que decorreu em Barbados, considera que com a redução das tarifas alfandegárias a alimentação poderá chegar mais barata às populações africanas.
“Se queremos sair desta crise, reduzamos imediatamente a zero os direitos aduaneiros para aproveitar o livre comércio de produtos agrícolas básicos, incluindo cereais”, disse Mene.
Uma segunda medida é estudar a exportação de cereais africanos para outros países do continente, como por exemplo o Zimbabwe que tem mais de 200 milhões USD de excesso de capacidade em cereais que poderiam ser exportados.
´´Não vejo razão para que, em quatro ou cinco anos, o Zimbabwe não possa ser um exportador líquido de cereais”, disse referindo-se também a outros países como Malawi, Zâmbia, Uganda ou Etiópia.
O responsável instou também os países africanos a introduzirem rapidamente o acordo de livre circulação de produtos nos seus sistemas domésticos e afirmou que um projecto-piloto, assinado em Julho com sete países (Ruanda, Camarões, Egipto, Gana, Quénia, Maurícias e Tanzânia), vai mostrar que o sistema funciona.
“Ao nível multilateral negociámos as regras, as regras existem e o acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana existe, mas ao nível dos sistemas alfandegários dos países tem de haver muito mais esforço nos próximos meses”, defendeu Wamkele Mene.
JA